É imprecionante: não há umildade!

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Por: Prof. Sérgio A. Sant’Anna

Faz-se necessário, aos que ocupam cargos públicos, principalmente àqueles que estão em contato constante com os meios de comunicação, conheçam os princípios básicos da Língua Portuguesa, especificamente a língua a qual leva à comunicação imediata com o seu povo. Inclusive, há o “Manual de Redação da Presidência da República”, que poderia ser consultado pelos que ocupam cargos importantes neste Governo Federal. Diante dos olhares mundanos, a Ortografia é a parte da Língua Portuguesa mais visada, tornando-se, hoje, motivo de “memes” nas redes sociais. Porém, esquecem-se nossos “juízes” dos erros sintáticos e semânticos, atrelados a uma parte que causa cefaleia na maioria dos brasileiros.

Os erros constantes, referentes ao uso da Língua Portuguesa, divulgados através das redes sociais, cometidos pelo atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, causam uma disputa ideológica nas redes sociais, acentuando a polarização dos últimos anos. É fato que diante do representante maior da nossa Educação, gestor do MEC, espera-se que domine essa parte mínima da Língua Mãe, conhecida como Ortografia (escrita correta). Ao longo do ano de 2019, as atitudes do economista que assumiu o Ministério da Educação trouxe desconforto ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), além de desagradar às centenas de milhares de funcionários ligados à Educação, principalmente professores e alunos. O termo balbúrdia atribuído ao que acontece nas universidades brasileiras, segundo Weintraub, deveria ser migrado aos seus erros constantes, que demonstram a sua ineficiência diante do manejo ortográfico da Língua Portuguesa, acentuando  sua ojeriza ao “monte de coisas escritas”, como afirmou Jair Messias, ao criticar nossos livros didáticos. É natural daquele que não conhece, que cultiva a ignorância, eliminar as fontes que combatem aquela. Talvez aí se encontra a explicação para o divórcio com a Cultura e a Educação, pilares para a iluminação das ideias dos cidadãos.

Atrelar os erros do gestor da nossa Educação às variações linguísticas não cabe, já que o ministro passou pela melhor universidade do País e formou-se em Economia; caso não conhecesse os princípios da Língua, que se utilizasse de assessores para corrigirem seus erros. Está explicada a aversão que Abraham possui diante de Paulo Freire, pois se tivesse passado pela alfabetização freireana não cometeria tais equívocos vocabulares. Todavia, é tempo. O método do educador pernambucano alfabetizou milhares de adultos. Erros como: “insitaria”, “paralização”, Kafka por “katfa”, “imprecionante”, “suspenção” não poderiam fazer parte daquele questionador  dos métodos atuais educacionais e que não consegue deixar de cometer erros primários diante da escrita da Língua Portuguesa.

É natural que equívocos são cometidos, contudo documentos emitidos de maneira oficial ou por um membro dos Três Poderes deve ser revisado ao ser enviado de maneira pública. Não há ideologias que consigam safar a ignorância alimentada. Àquele que deseja aprender, o primeiro passo é a humildade, palavra desconhecida por parte do atual ministro da Educação. Talvez a conheça, porém ortograficamente redigida como: “umildade”.

*Prof. Sérgio A. Sant’Anna – Taquaritinguense.  Professor de Redação e Língua Portuguesa na Rede Luterana de Ensino de Porto Alegre e Região Metropolitana; Professor na Rede Universitário de  Cursinhos Pré- Vestibulares do Rio Grande do Sul e Professor de Atualidades e Redação do Certo Vestibulares em Porto Alegre.

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