Religião: Por que a Igreja Católica não estabelece obrigatoriedade de dar 10% da renda

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Em seu boletim ‘A igreja Católica Ensina’, do mês de julho, que está sendo distribuído também nas paróquias locais, durante as celebrações eucarísticas,  a Igreja Católica Apostólica Romana, através da Diocese Nossa Senhora do Carmo, de Jaboticabal, explica que, diferente de algumas denominações evangélicas (religiosas), ela não estabelece a obrigatoriedade de dar 10% da renda, pois sabe que, embora sendo um preceito do Antigo Testamento, apóstolo Paulo estabeleceu que “cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria” (2Cor 9,7). Nem a Bíblia no seu sentido verdadeiro. Nem o Código de Direito Canônico e nem o Catecismo da Igreja Católica estabelecem uma quantia fixa a ser entregue.

Todos nós aprendemos na Catequese que, além dos 10 Mandamentos da Lei de Deus, existem 5 Mandamentos da Igreja, que todo bom católico se esforça por seguir, como sinal do seu compromisso com a comunidade de fé. O 5º mandamento estabelece a obrigatoriedade de “ajudar a Igreja em suas necessidades”, recordando a todos os católicos que devem manter a sua comunidade. Através desta oferta, dada livremente, os fieis socorrem as necessidades da Igreja “para que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e caridade para o honesto sustento dos ministros” (Código de Direito Canônico, cân. 222).

No Brasil, a maneira de socorrer materialmente a Igreja é o Dízimo. Cada católico (inclusive os bispos, padres e diáconos) é convidado a entregar o seu dízimo a partir da sua experiência de Deus, do seu compromisso com a Igreja, de acordo a sua consciências retamente formada (isto é, de modo coerente) e de maneira sistemática (permanente, certa) em geral mensal ou de acordo com os seus rendimentos. Assim, o Dízimo, na sua dimensão eclesial nos ajuda a enxergar que a Igreja é bem maior que a pequena comunidade ou a Paróquia onde participamos. A Igreja é uma comunidade muito ampla, estabelecida num território, sob a guia de um único pastor: o bispo diocesano que, com a colaboração dos padres, especialmente dos párocos, guia e conduz todo o Povo de Deus.

Daí a importância de ser dizimista. Na verdade, não se pode ser católica e não ser dizimista. Na liberdade da consciência, todos os que tem alguma renda devem entregar algo para socorrer a comunidade em suas necessidades, manifestando assim a sua consciência de Igreja.

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