Além da ressaca: veja os efeitos da bebida alcoólica no corpo

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Precauções incluem beber com moderação, estar sempre bem hidratado, evitar a exposição ao calor e estar devidamente alimentado

Quem não gosta de aproveitar o Verão e o calor para tomar uma cervejinha, um vinho ou a famosa caipirinha com os amigos? Muitas pessoas acreditam que tomar bebida alcoólica de vez em quando não faz mal à saúde. O que muitos não sabem são os efeitos que o consumo excessivo pode causar, seja ele de curto ou longo prazo.

De acordo com a médica Carolina Pimentel, gastroenterologista do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, quanto mais etanol no corpo, mais o fígado trabalha, já que o órgão é responsável pelo metabolismo do organismo. “As outras funções ficam prejudicadas porque o fígado desvia para essa urgência, prejudicando o metabolismo”, explica.

Outro fator importante causado pelo álcool é o sobrecarregamento do rim. O etanol atrapalha a função do hormônio diurético, que garante que o corpo não perca muita água, fazendo com que o rim deixe de concentrar a urina, perdendo mais água que o habitual.

Mas a médica alerta: “Cada corpo reage de uma maneira, tudo depende da forma de consumo, tipo da bebida, frequência e sexo da pessoa.” A bebida alcoólica também acelera o metabolismo e aumenta a pressão arterial, fazendo a pessoa suar mais e perder sais minerais.

Nosso organismo conta com uma barreira que separa as toxinas para que elas não entrem no cérebro. Porém, o etanol é capaz de passar essa barreira no córtex cerebral, que cuida da nossa movimentação, e atinge o cerebelo, a parte que controla o equilíbrio, prejudicando a capacidade de coordenação, fazendo com que algumas funções fiquem lentas.

Se engana quem pensa que, por não apresentar os efeitos do álcool, não terá problema. “A pessoa que não fica bêbada apenas não tem esses efeitos tão grandes, mas eles acontecem dentro do organismo. Esse é o perigo do álcool, a pessoa achar que sem sintoma está bem. Os sintomas de uso crônico podem demorar muito para aparecer e quando aparecem já pode ser sinal de doença avançada”, continua a médica Carolina.

É importante beber com moderação, estar sempre bem hidratado, evitar exposição ao calor e estar bem alimentado, já que o jejum intensifica os sintomas da bebida.

Além da cirrose, o álcool pode causar doenças no sistema nervoso, demência, problemas de coração como cardiopatia cirrótica, prejuízo no pâncreas, pancreatite, câncer de pâncreas, alterações no intestino, perda de musculatura, diminuição no apetite e desnutrição.

Quem bebe grandes quantidades, diárias ou não, deve conversar com seu médico para fazer exames e investigar os sinais de comportamento do fígado por causa das bebidas. “Consumir grandes quantidades eventualmente pode ser tão danoso quanto o consumo diário. Alcoólatra não é só quem bebe todo dia”, finaliza.

Para que o início não comece cedo, o médico Ronaldo Laranjeira, coordenador do Programa Recomeço, explica que é importante que o adolescente saiba o que significa o consumo de substâncias.

“Tem que fazer parte do conjunto de valores que a família passou. Que não faz sentido nem beber nem fumar até os 18 anos, que é o período de proteção, que isso é ilegal. É importante ter um conjunto de argumentações, mostrar que a família não tolera. Isso vai deixar mais fácil a criança dizer não quando estiver no processo de socialização”, completa Laranjeira.

Do Portal do Governo

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