Taquaritinguenses que moram no exterior: Sarah Panosso Kattah conta como é viver em Viena, considerada a melhor cidade para se morar no mundo

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Viena, a capital da Áustria, foi considerada a melhor cidade para se morar no mundo, com base em dados disponibilizados por uma empresa de consultoria americana neste ano. Contando com cerca de 1,6 milhões de habitantes, o lugar respira cultura, turismo, boa gastronomia e outros bons motivos para explicar a satisfação das pessoas que moram lá.

Residindo há cerca de oito anos, a taquaritinguense Sarah Panosso Kattah numera várias razões para você, leitor, se apaixonar por essa cidade europeia. Segundo ela, a sua família, até então composta por ela e o marido, o maestro Vinícius Kattah,  se mudaram para Viena quando ela tinha apenas 24 anos. Anos depois, a pequena Alice e o caçula Nikolas nasceram, naquele país, para completarem a felicidade e tornar o convívio matrimonial muito mais gratificante.

Sem nenhuma pessoa familiar por perto, Sarah atualmente se dedica aos cuidados de seu lar e de sua família e demonstra estar realizada com a rotina que vive. “Não trabalho fora e graças a Deus tenho a disponibilidade e oportunidade de me dedicar única e exclusivamente à minha família, e eu amo isso. Futuramente isso pode mudar, mas por enquanto, estamos felizes assim”, explica.

Sarah costuma vir para o Brasil anualmente e, em suas visitas, faz de tudo para ficar por um longo período na companhia de seus familiares. Sua última vinda à Taquaritinga ocorreu no final de 2017, se estendendo até o mês de fevereiro do ano corrente. Ela se empenha para estender a viagem, pois, segundo ela, terá algumas restrições quando seus filhos ingressarem na escola.

Ao contrário do atual cenário brasileiro, a taquaritinguense relata o retorno que tem dos impostos pagos ao governo e toda a infraestrutura pública que Viena proporciona para seus habitantes.  “Acho que a melhor parte de se morar aqui é a qualidade de vida que a Áustria tem, tanto na saúde, educação, segurança, enfim, definitivamente não tenho do que reclamar. Por aqui pagamos impostos razoavelmente altos, mas não nos importamos em pagar quando temos o retorno”. Mas, ao que muitos brasileiros se queixam, a distância da terra natal sempre é algo que incomoda e que se dispõe a viver no exterior, precisa aprender a conviver. “A pior parte, além do frio insuportável do inverno, é a distância da família. Sem sombra de dúvidas, é a pior parte”.

A culinária, o clima e o idioma foram os fatores mais difíceis para a adaptação de Sarah em Viena. A jovem relata que teve dificuldade em praticamente tudo no início da mudança. “Era frio demais e os austríacos comem muita carne de porco, e eu não comia até então. A língua alemã era um “bicho de sete cabeças” pra mim. No começo relutei em aprender o alemão, pois a maioria das pessoas por aqui fala o inglês, e então, como eu conseguia me comunicar, eu não via necessidade em aprender. Com o passar de tempo fui percebendo que eu não estava aqui só de passagem e que, se fosse para ficar aqui, obrigatoriamente teria que me adaptar com a cultura deles, inclusive a língua. Mas a carne de porco continuo não gostando! (risos)”.

Em nosso bate-papo, Sarah também enfatiza um hábito saudável que adquiriu, como tantos outros, depois que se instalou na Áustria: “tirar os sapatos antes de entrar em casa sem dúvida foi um hábito que levarei para o resto da minha vida, e hoje em dia eu faço isso no Brasil. As pessoas acham um pouco estranho, falam que não precisa, mas eu não consigo”.

A família que a taquaritinguense formou não pretende retornar ao Brasil, pois em sua visão, a qualidade de vida não se compara ao seu país, ainda mais quando se tem filhos. Ela ainda não possui a cidadania austríaca, mas deve obter em breve; enquanto isso, todos vivem legalmente no país com a permissão obtida por um visto prolongado.

Para encerrar, Sarah dá dicas para quem tem o sonho de mudar radicalmente de seu país e encarar o desafio de aprender uma nova cultura em um país diferente. “Eu acho que a pessoa tem que estar disposta a se adaptar à cultura local, pois isso tornará tudo muito mais fácil. E isso inclui também a possibilidade de aprender uma nova língua, que eu acho fundamental quando se muda para um país com uma língua que não seja o Português. Tem também a questão dos filhos; quando me mudei para Viena eu ainda não os tinha. Mas acho que quando envolve crianças nesta mudança, existe sempre mais cautela e até receio, por diversos fatores. Uma dica que dou é procurar por pais brasileiros no país que você deseja mudar, e perguntar coisas tais como: escola, lazer, clima, enfim; tentar tirar ao máximo suas dúvidas para daí definir se realmente a mudança vale a pena”.

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