2 de novembro de 2024
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Alimentos com carunchos: Nutricionista esclarece sobre prejuízos à saúde

Especialista da Anhanguera dá dicas de como evitar a reprodução e desenvolvimento dessa infestação.

Quem nunca pegou um pacote de alimento aberto no armário e percebeu alguns bichinhos na embalagem? Esses insetos, conhecidos como carunchos, são classificados como pequenos besouros, com tamanho em torno de 3 milímetros, e com reprodução dependente de fatores como umidade e temperatura. Muitas pessoas se desfazem dos alimentos contaminados pela praga em dúvida sobre o quão mal sua ingestão pode causar à saúde.

De acordo com a coordenadora da clínica-escola de Nutrição da Faculdade Anhanguera, professora Natália Luiza Dias Lima, produtos com carunchos não têm a sua qualidade e o valor nutricional comprometidos. “O maior problema é que esses seres são vetores de fungos e outros parasitas, que deterioram a comida e permitem a produção de toxinas nocivas a humanos e outros animais”, pontua.

O inseto pode se desenvolver em todos os tipos de alimentos, principalmente nos secos, como farinhas, massas secas (macarrão e outras), chás, biscoitos, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja) e cereais (arroz, milho de pipoca). “Ao perceber a presença de um caruncho, é preciso tomar cuidado: pode haver uma infestação”, alerta. “É possível que haja ovos ou larvas no mantimento que irão continuar a se desenvolver ou atingir outros itens do armário”, explica.

A docente explica que o controle da proliferação do inseto acontece ainda no período da plantação, mas há casos em que eles sobrevivem ao processo. A infestação também pode começar a partir de um alimento adquirido já contaminado. Com condições climáticas favoráveis, eles se desenvolvem com mais facilidade. “O mais importante é comprar alimentos com boa aparência, atenção à data de validade e em boas condições de armazenamento, uma vez que a contaminação pode acontecer em diferentes etapas da produção”, aconselha.

No caso dos alimentos industrializados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tolera alguns fragmentos de insetos, mas a nutricionista alerta que há um risco nesse aproveitamento. “Ao examinar os pacotes com alimentos, é imprescindível verificar se há algum sinal de insetos ou até mesmo larvas. Antes do consumo, é preciso realizar a limpeza correta dos itens e deixá-los de molho em uma solução com água sanitária. Se algo boiar, deve ser descartado”, orienta.

A docente indica que a faxina é um meio necessário para evitar a presença de carunchos. Caso sejam encontrados, é recomendado que os armários, prateleiras e outras áreas de armazenagem sejam esvaziados e as superfícies devem ser higienizadas com um pano limpo. “Atenção ao acúmulo de sujeita em quinas e frestas, locais onde os ovos de pragas são depositados”, afirma.

A coordenadora listou algumas dicas valiosas para acondicionar os alimentos corretamente e evitar a presença desses insetos no seu armário:

– Observe a embalagem dos alimentos na compra, se existem furos, poeira, além de verificar a presença de insetos no ambiente e a validade do produto;

– Após abrir as embalagens de cereais, farinhas ou massas, transfira o conteúdo para potes bem fechados. Os carunchos não terão como sobreviver ali dentro. Guardar esses alimentos na geladeira também é uma opção para evitar a proliferação;

– Coloque etiquetas com data de validade em cada recipiente. Ingredientes fora do prazo deverão ser descartados para evitar riscos sanitários. Os alimentos secos após abertos devem ter em torno de 1 mês de validade. Caso haja, siga as orientações do fabricante;

– Se for estocar esses alimentos, é necessário inspeção periódica, para a existência de furos, rasgos ou presença de insetos.