20 de dezembro de 2024
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Artigo: Corações e mentes

Por: Luís Bassoli*

Em março de 2021, escrevi um texto, democraticamente publicado aqui no site do O Defensor, no qual abordei que a “psicologia social, filosofia pública, sociologia aplicada e o marketing eleitoral” haveriam de trabalhar juntos para, de alguma forma, desconstruir o fenômeno do “bolsonarismo” que se incutiu em considerável parcela da população.

Psicanalistas e psicólogos chegaram ao consenso de que Jair Bolsonaro apresenta claros sintomas de psicopatia, diagnosticado de “condutopata”, por não ter sentimentos de compaixão, empatia e altruísmo, e nem demonstrar valores éticos e morais.

Por sua vez, filósofos, antropólogos, sociólogos e cientistas políticos concluíram que o bolsonarismo é formado pelo que chamam de “narcisismo dos ressentidos e fracassados”, i.é., pessoas que perseguem o sucesso, mas quase nunca o alcançam e, diante da frustração, culpam os outros pelo fracasso – nos momentos de crise, buscam refúgio em líderes demagogos, como Hitler e Mussolini.

O enraizamento do bolsonarismo se deve, sobretudo, ao fato de que os afetados pelo “narcisismo dos ressentidos” não escolhem de modo “racional”, mas são atingidos por uma “reação  emocional”, estimulada pela infelicidade e disparada pelo ódio e rancor.

Estamos vendo uma união das principais forças progressistas, como poucas vezes se viu, em torno da oposição ao bolsonarismo.

Políticos de diversos partidos, como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Henrique Meirelles (União), Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (PSB), se uniram a economistas liberais, como Pedro Malan, Armínio Fraga e André Lara Resende, e a renomados juristas, entre eles Pedro Dallari, Fábio Konder Comparato, Sepúlveda Pertence e Miguel Reale Jr., no apoio a Lula/Alckmin.

Acontece que argumentos lógicos não são suficientes para enfrentar esse “lado sombrio da natureza humana”, pois o bolsonarismo, através da emoção, instiga os instintos irracionais dos corações e mentes das pessoas “ressentidas”.

Para entrar no “coração e na alma” dessas pessoas, a candidatura Lula/Alckmin conta com um heterogêneo ajuntamento de artistas, de diversos estilos, que inclui os veteranos músicos Caetano Veloso, Chico Buarque, Milton Nascimento, Gal Costa, e os jovens Anitta, Emicida, Ludmila; além de atrizes, atores e celebridades, da consagrada Fernanda Montenegro ao influenciador digital Felipe Neto.

A esperança da resistência ao bolsonarismo alimenta a força que haveremos de ter para reconstruir a Nação.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.