Educação digital: Uma necessidade emergente para os novos tempos
Por: Thales Aguiar*
Caros leitores, é óbvio que estamos entrando em uma profunda era digital, convergência dos meios e aplicação da virtualidade no dia a dia dos nossos afazeres. Sem dúvida que a tecnologia ajudou a melhorar a qualidade de vida das pessoas, porém não basta ter apenas tais ferramentas, é preciso ter a sensibilidade de como ela será utilizada em todas as nossas relações. Segundo dados da pesquisa Global Digital Overview 2020, feita pelo site We Are Social em parceria com a ferramenta Hootsuite, cerca de 205,8 milhões de linhas de telefone celular são utilizadas no Brasil, o equivalente a 97% da população. Dos quais, 150,4 milhões de brasileiros tem acesso a internet, uma penetração de 71%, enquanto os usuários de redes sociais chegam a 140 milhões de pessoas, 66% do total da população brasileira.
Com o estabelecimento da integração definitiva das tecnologias da informação em meados da primeira década do século XXI, as metodologias de agrupamentos sociais e das experiências culturais aumentaram cada vez mais, assim como os intercâmbios comerciais e as permutas financeiras com transações mercadológicas internacionais. As tecnologias da informação (TIC´s) e de maneira apropriada, a internet, motivaram diferentes agrupamentos de ajustes do ciberespaço, organização das comunidades e redes sociais. Democratizou a informação, possibilitou a reorganização dos limites de comunicação e suas possibilidades de reconfigurações permanentes. Portanto a convergência digital reuniu todo movimento analógico em rápida e diversificada comunicação digital, permitindo seu uso de forma integrada nos diversos setores da sociedade (automação industrial, gerenciamento comercial, propaganda/publicidade e marketing, etc). Nesse instante o mundo se unificou e transformou as relações humanas em uma expansiva rede global.
Mas será que estamos preparados para lhe dar com todo esse aparato tecnológico? A resposta é simples e preocupante: Ainda temos uma longa estrada a caminhar. As escolas são um grande exemplo, cheio de recursos tecnológicos, e em muitas delas, os professores não estão preparados para manuseá-los, dificuldade ainda maior para ensinar os jovens e as crianças, nas universidades a realidade não é muito diferente. Não basta apenas ter os recursos e não saber utiliza-los. As empresas e as entidades governamentais precisam urgentemente promover espaços de discussões para saber como utilizar essa tecnologia da melhor forma e de uma maneira mais eficiente.
Nas empresas e instituições governamentais a realidade é a mesma. Estudo da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) revela que serão criados no Brasil ao menos 797 mil postos de trabalho nessa área até 2025. Nesse período, serão formados 267 mil profissionais. O déficit será de 530 mil vagas abertas sem contratação. O Futuro tecnológico já é uma realidade previsível e o sucesso dependerá de investimentos para que aconteça de fato essa educação digital. Sem o envolvimento do governo, das empresas e das instituições de ensino, não há como criar e fortalecer uma cultura digital. Sendo uma necessidade emergente, a promoção da educação digital é uma exigência indispensável para os novos tempos.
*Thales Aguiar é jornalista e escritor.
**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.