23 de janeiro de 2025
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Família faz ‘vigília’ por vaga para bebê com doença no coração em Barretos

Família faz ‘vigília’ por vaga para bebê com doença no coração em Barretos

Família de um menino de Barretos, que nasceu com uma má formação no coração, exige que o Estado cumpra uma decisão que determina a transferência imediata da criança para um hospital capacitado para o tratamento. No último domingo (13), parentes e amigos fizeram uma vigília em frente à Santa Casa do município, onde ele segue internado, como forma de protesto.

O menino nasceu no final de julho e está sob observação na UTI neonatal da Santa Casa, depois de ser diagnosticado preliminarmente com cardiopatia congênita grave. O hospital, que não tem como realizar a cirurgia, alegou ter solicitado a regulação do paciente para um centro médico habilitado e a família conseguiu uma liminar que lhe garantia um leito em hospital público ou particular até o dia 10 deste mês, mas isso não se concretizou.

Sem previsão de transferência, a criança segue internada e sob risco, segundo a mãe, a dona de casa Tamires Rosa de Menezes, de 27 anos. “Deu uma piorada. O médico diz que é por causa do coração, o coração está muito fraco”, afirma.

Sem dar previsão, o Estado informou que, além da disponibilidade de vaga, a transferência depende das condições clínicas do paciente.

A criança nasceu em 28 de julho na Santa Casa de Barretos e chamou atenção pelo barulho diferente no coração. Um cardiologista avaliou a criança e constatou a cardiopatia congênita grave, relata Tamires.

“A médica foi escutar o coração dele, aí ela sentiu um barulho diferente. Até então eles achavam que era sopro. Ela pediu um exame detalhado, passou pelo médico, por um cardiologista e o médico constatou que ele tinha cardiopatia congênita grave. Só que esse laudo é de um médico de adulto, não é de um médico pediatra”, afirma a mãe.

Segundo a mãe, a criança segue sob observação e medicações na UTI neonatal à espera de uma transferência para um local com estrutura adequada.

Sem respostas, ela recorreu à Defensoria Pública de Barretos, que conseguiu, em 8 de agosto, uma liminar obrigando o Estado a fornecer uma vaga para o menino no período de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

“De um lado, a prova documental alinhavada demonstra que o requerente é acometido de ‘Cardiopatia Congênita Grave – CID 10 151’, necessitando de transferência para hospital especializado ou que tenha profissionais especializados para a realização imediata dos procedimentos e cirurgias cardíacas necessárias. De outro lado, é dever constitucional do Estado garantir a saúde da requerente”, determina o mandado expedido pela Justiça de Barretos.

Mesmo assim, nenhuma transferência foi programada e a família decidiu se manifestar com um ato em frente ao hospital no domingo (13). “A gente fez uma manifestação na porta do hospital para ver se a gente conseguia algum recurso, alguma coisa, e nada também”, afirma Tamires.

A Santa Casa informou que, além de não ter condições de realizar o exame que confirme em definitivo o diagnóstico, uma ecocardiografia pediátrica, não tem capacidade para a realização do tratamento, que é feito por meio de cirurgia no coração.

O hospital comunicou ainda que tenta a transferência do menino para uma UTI cardiológica em outra unidade com estrutura adequada, por meio da Central de Regulação de Vagas do Estado (Cross). “Também aguardamos essa vaga o mais rápido possível”, informou.

Em nota, a Central de Regulação e Ofertas de Serviços de Saúde informou que o menino tem sido monitorado, mas não dá previsão para a transferência.

“É importante deixar claro que apenas a disponibilidade de vagas não é suficiente para realizar a transferência. É necessário que a paciente apresente condições clínicas de ser transferida, com quadro estável e livre de infecções, por exemplo”, explicou.

*Com informações G1.com

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