23 de dezembro de 2024
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Cine-Crítica O Defensor / Ghostbuster: Mais Além – uma carta de amor a franquia original

Por: Ruan Reis*

Uma mãe solteira, e seus dois filhos são obrigados a se mudar para uma casa no meio do nada após serem despejados do lugar onde moravam. O destino é a fazenda onde estava o avô das crianças, que tem uma ligação importante com os Caça-Fantasmas originais. Além da mochila de prótons, o veículo Ecto-1 original (com um upgrade) e os pequenos monstros de marshmallow que já vimos no trailer, o filme traz de volta outros elementos do clássico que vimos há quase 40 anos, para o delírio dos fãs de longa data da franquia (como eu).

O diretor Jason Reitman, filho do também diretor Ivan Reitman que dirigiu Os Caça Fantasmas de 1984 e a continuação de 89, acerta em cheio em trazer de volta a franquia, já que o filme é uma continuação direta do último filme. É nítido o carinho que o mesmo tem pela obra, já que também assina o roteiro. Jason faz um lindo trabalho, tanto na história quanto na direção, seja mostrando cenas que enchem os olhos por serem lindas, como o momento em que as crianças capturam seu primeiro fantasma, como uma cena no desfecho da trama que comove os fãs antigos e por si só enche os olhos de qualquer um de lágrimas, até mesmo em um momento em que conseguimos entender a lógica por trás da famosa mochila de prótons.

Já as atuações do longa, o destaque sem sombra de dúvida vai para Mckenna Grace, sua personagem é realmente carismática, por mais que no filme tratada como “esquisita e nerd” desde o primeiro momento em que aparece até sua última cena a jovem atriz se destaca, e é nítido seu trabalho de pesquisa, pois para os fãs dos filmes de 84 e 89 o DNA da personagem é realmente parecido com um dos Ghostbusters originais.

O também jovem ator Finn Wolfhard (Stranger Things), está bem para o que seu personagem pede, mesmo lembrando muito seu papel mais marcante em Stranger Things, o ator entrega um bom papel no que é proposto. A personagem de Celeste O’Connor também é interessante, mesmo sendo pouco explorada na trama. Destaque positivo também para o iniciante Logan Kim com seu personagem Podcast, que traz um papel divertido e um ótimo alívio cômico para a trama. Já no clube dos adultos, Carrie Coon fica com o dilema mais dramático do filme já que sua relação com o pai é realmente conturbada, mesmo sendo uma mãe legal, esse conflito na trama, é bem trabalhado e convincente, já Paul Rudd faz o que tem que fazer e sim! Faz muito bem seu papel.

No setor dos veteranos ver Bill Murray, Dan Aykroyd, e Ernie Hudson juntos novamente com seus velhos uniformes é realmente emocionante e nostálgico nível hard.

Pontos positivos

O filme é um tiro certo e nostálgico, até mesmo quem não é fã antigo da franquia consegue se emocionar e gostar desse filme, sem barrigas no meio e cheio de ação o diretor Jason Reitman aprendeu muito bem a fórmula de Caça Fantasmas com seu pai. Com cenas de encher os olhos, conflitos bem explorados, diálogos bem inteligentes, dá à impressão de que voltamos para 84 no primeiro filme, pois a energia é a mesma, até mesmo a trilha sonora é a mesma, e o filme traz muitos stereggs para os fãs de plantão.

Pontos negativos

apenas uma coisa me incomodou como espectador, as duas cenas pós-créditos, enquanto uma aparece logo após os créditos iniciais, e traz um fanservice, a segunda, que é depois dos longos créditos, essa sim é importante e é nessa cena em que vemos um possível futuro para a trama, nesse caso era melhor ter invertido sua ordem, pois seria uma experiência mais grata para quem assiste.

Ghostbuster: Mais Além é um recomeço para a franquia e sem sombra de dúvidas uma carta de amor ao original, e a todos os envolvidos com a saga.

*Ruan Reis é repórter do jornal O Defensor e apaixonado por cinema, mundo nerd e geek.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas nacionais e mundiais e de refletir as distintas tenências do pensamento contemporâneo.