22 de novembro de 2024
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Hormônio feminino protege a audição das mulheres

Os homens têm maior tendência a problemas auditivos porque o nível de estradiol deles é mais baixo.

Sexo frágil? Que nada! Pesquisa da Universidade Johns Hopkins (EUA) revelou que o risco de perda auditiva é cinco vezes maior em homens do que em mulheres. E por que isso acontece? Uma das razões é a influência dos hormônios, como comprovou outro estudo, esse conduzido na Universidade de Rochester (EUA). Os pesquisadores descobriram que os hormônios femininos protegem a audição, fazendo com que o declínio auditivo se inicie mais tardiamente nas mulheres do que nos homens.

Há uma relação direta, o cérebro, entre o hormônio sexual feminino estradiol e a audição. “Os homens ouvem menos porque seu nível de estradiol é mais baixo. As mulheres têm um processamento auditivo melhor”, de acordo com o neurocientista brasileiro Raphael Pinaud, que coordenou o trabalho.

Outra pesquisa, realizada em uma clínica de audição de Massachusetts (EUA), mostrou que as mulheres também se sentem mais à vontade para falar de sua perda auditiva, enquanto que os homens preferem esconder essa perda, mesmo que isso prejudique a sua comunicação no dia a dia.

No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE com apoio do Ministério da Saúde, também apontou que os homens são mais suscetíveis a problemas de audição do que as mulheres – em toda a população, a proporção é de 1,2% no sexo masculino e 1,0% no sexo feminino.

Por tudo isso, a tendência é que a dificuldade de audição comece a aparecer mais cedo nos homens. Essa diferença, no entanto, diminui por volta dos 50 anos de idade. É nessa fase da vida que as células auditivas começam a se desgastar naturalmente, resultando na perda auditiva relacionada à idade, conhecida como presbiacusia .

“É importante que tanto homens quanto mulheres consultem um otorrinolaringologista anualmente. O médico irá checar se está tudo bem com a audição e pode recomendar uma audiometria – exame que avalia se já há perda auditiva. E caso se confirme, avalia o tipo e o grau do deficit auditivo. A partir daí, se for necessário, será identificado o melhor tipo de tratamento, que pode ser com o uso de aparelhos auditivos”, explica a Fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo da Telex Soluções Auditivas.

É bom enfatizar, no entanto, que as mulheres, cada vez mais, vêm assumindo funções no trabalho antes exercidas apenas por homens e, além disso, convivem também com muito barulho no cotidiano, principalmente as mais jovens. Na verdade, o estilo de vida e a atividade profissional também são fatores que ainda tornam os homens mais suscetíveis aos problemas auditivos.

No dia a dia, nos centros urbanos, convivemos com o barulho diariamente, seja no trânsito, no movimento das ruas, próximo a obras e até em nossa própria casa. Além disso, é cada vez mais comum ouvir música em fones de ouvido, seja na corrida matinal ou até mesmo durante a ida ao trabalho de ônibus ou metrô. É aquela animada playlist que você coloca bem alta, todos os dias! E esse barulho constante em diversas situações do cotidiano podem, sim, prejudicar a audição.

“A poluição sonora é um dos principais vilões. Por isso, eu recomendo evitar ambientes com sons intensos. Além disso, é importante ouvir música e assistir TV sempre em volumes abaixo de 85 decibéis”, alerta a Fonoaudióloga da Telex.

Genética x perda auditiva

A perda de audição também é influenciada pela genética. Há indivíduos que são geneticamente predispostos a serem mais sensíveis aos sons elevados. Seja esse o seu caso ou não, algumas atitudes fazem toda diferença quando o assunto é a saúde auditiva. Usar protetores auriculares em ambientes barulhentos, por exemplo, é essencial. Eles podem garantir um bom conforto acústico para quem precisa estar próximo a maquinários ou em lugares barulhentos, como estações de metrô.

E para termos uma noção dos danos causados à audição pelos ruídos do cotidiano, já é possível baixar aplicativos que registram os decibéis do ambiente.

“Os efeitos da exposição prolongada a sons intensos podem demorar para aparecer, já que a deficiência auditiva vai atingindo estágios cada vez maiores ao longo da vida. Por isso é importante se cuidar desde cedo a fim de evitar problemas futuros de perda de audição precoce”, finaliza Marcella Vidal.