Artigo: E essa contingência ai?
Por: Lucas Fernando de Oliveira Fanelli*
Olá caros leitores, meu nome é Lucas, sou psicólogo formado pelo Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior – ITES e é com imenso prazer que me apresento como novo colunista deste jornal. Nesta coluna iremos abordar temas sobre psicologia, saúde mental e tentar desmistificar a psicoterapia.
Como primeiro assunto a ser abordado, gostaria de trazer aqui uma pauta que foi celebrada mês passado, mas é importante ser discutida durante todo o ano. Em Junho se comemora o mês do orgulho LGBTQIA+ e junto com essa celebração estão as pautas sociais reivindicadas por toda a comunidade LGBT.
Acho justo começar meus temas comentando sobre o mês do orgulho pois, primeiro essa é uma bandeira da qual eu levanto e luto por; segundo é que houve uma movimentação muito importante em Taquaritinga celebrando o mês do orgulho LGBTQIA+. Foi uma semana de encontros on-line com membros da comunidade LGBT de Taquaritinga e convidados importantes para discutir diversos assuntos importantes como histórico local, saúde, IST, escola e educação.
“Ah ok Lucas, mas o que isso se encaixa com sua coluna?” Bem, quando falamos sobre uma minoria que luta por seus direitos, estamos falando sobre um grupo de pessoas que por diversos motivos é jogado à margem da sociedade. Além das motivações terem cunho sociais, esse grupo minoritário têm sua saúde mental abalada de alguma forma, além de sabermos que informação é a melhor forma de se acabar com preconceitos e quebrar estigmas e paradigmas.
Quando falamos sobre a comunidade LGBTQIA+, temos dentro dessa sigla identidade de gênero e orientação sexual. Falar de identidade de gênero é falar sobre um conceito que é construído socialmente ao longo dos anos, fazendo a pessoa se identificar ou não com determinado gênero. Portanto, algumas pessoas se identificam com o gênero homem, outras pessoas se identificam com o gênero mulher, alguns se identificam com os dois gêneros e tem pessoas que não se identificam com gênero algum.
Já a orientação sexual está diretamente ligado à identidade de gênero, pois um heterossexual é aquele que se relaciona romântica e sexualmente com uma pessoa de um gênero diferente do seu, como a tão conhecida heteronormatividade (que diz de forma errada que essa é a única forma correta e possível de relacionamento), homem e mulher. Vale a ressalva aqui para termos que são errados de serem ditos, como “opção sexual”, afinal sexualidade não é opção e sim um aspecto natural do ser. Também quando falamos em orientação sexual, não significa que a pessoa foi orientada para aquela sexualidade, mas sim como que sua sexualidade é orientada/direcionada para outra pessoa.
Lembrando que coloquei exemplos mais vistos no dia a dia para ficar mais fácil o entendimento, mas não é isso que resume a identidade de gênero e a orientação sexual. Nem podemos resumir um assunto tão extenso e tão complexo como esse. Lógico que durante minhas publicações podemos ir desmembrando cada letra da sigla e discutindo mais sobre o assunto, a princípio achei interessante trazer o conceito apenas como reflexão inicial.
Gostaria de trazer para reflexão também sobre um aspecto que atinge em grande escala toda a comunidade LGBT que é a homofobia (ou LGBTfobia) internalizada. Quando crescemos em uma sociedade que julga e oprime qualquer pessoa que diverge do dito padrão, essa pessoa acaba assumindo aspectos negativos que são proferidas à ela. Isso impede ou atrasa o desenvolvimento pleno do indivíduo.
Portanto, se sentir inferior aos demais ou incapaz de completar determinada tarefa por ter, por exemplo, uma orientação sexual não heteronormativa, são sintomas da homofobia internalizada, afinal um homossexual não possui características físicas e cognitivas diferentes de um heterossexual.
“Lucas, melhor parar por aqui, está ficando cada vez mais confuso!” Devo concordar com você que esse assunto não é simples e fique tranquilo, caro leitor, caso você não conheça as terminologias e acha muita coisa para decorar. Ninguém é obrigado a saber e nem decorar tantos termos, basta respeitar o diferente, saber que o diferente existe e é legítimo, isso é o suficiente.
Agradeço a leitura de todos e até a próxima
*Lucas Fernando de Oliveira Fanelli é psicólogo formado pelo Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior – ITES*