Artigo: Compreender para enfrentar
Por: Luís Bassoli*
√ No texto da semana passada, refletimos sobre o que é o bolsonarismo – e sugerimos que as forças progressistas terão que se unir para curar o País.
√ Agora, proponho uma reflexão sobre seu ‘modus operandi’, para tentar decifrar como o fenômeno se sustenta.
√ O presidente não age sozinho. Foi criado o chamado Gabinete do Ódio, um grupo restrito e coeso, liderado pelo presidente e seus filhos Flávio (senador), Eduardo (deputado) e Carlos (vereador), que articulam um emaranhado de entes institucionais, como a Secretaria-Geral da Presidência e as secretaria de Assuntos Estratégicos e de Comunicação, além de assessores e parlamentares.
√ Entre as ações do grupo, podemos destacar:
- O uso de um moderno sistema para espalhar fake news na internet;
- Uso de perfis falsos (fake) nas redes sociais, interligados por programas de computador (bots) que simulam o comportamento humano: algoritmos identificam palavras chaves e reagem, automaticamente, com comentários, críticas ou apoios.
- O aliciamento de deputados e senadores, com verbas e cargos;
- A cooptação de jornalistas que tiveram passagem por grandes meios de comunicação e que estão em “fim de carreira”.
- O patrocínio de programas de TV “populares”, com apresentadores demagogos;
- O alocamento de jovens reacionários em emissoras de rádio e canais de internet;
- O financiamento de igrejas neopentecostais, o braço religioso do bolsonarismo.
√ O método bolsonaro é exaltar a mediocridade; depreciar a Ciência; sustentar o preconceito; aviltar os Direitos Humanos e combater os movimentos sociais.
√ Saber como funciona o aparato bolsonarista é fundamental para a articulação da resistência e, em seguida, o enfrentamento do mal.
* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).
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