Cervejando – Dádiva questiona o silêncio social diante da violência doméstica contra a mulher
Por: Monali Bassoli*
As campanhas de Dia das Mulheres da Dádiva, marca criada e gerida por uma mulher, sempre têm como mote o protesto contra as desigualdades de gênero. Neste ano, a ação questiona o silêncio pernicioso da sociedade diante da violência doméstica contra a mulher, que, no último ano, aumentou ainda mais no cenário de isolamento social decorrente da pandemia.
Muitas vezes, a mulher sofre violência doméstica e não sabe que vive uma situação de abuso. Em outras, ela tem conhecimento do fato, mas não denuncia seu agressor porque sente vergonha – já que é levada por ele a se sentir culpada – ou porque é dependente dele, emocional ou financeiramente. O medo do que pode acontecer ou de ser desacreditada pelas pessoas também pode ser um obstáculo para a denúncia. Mesmo em casos em que a denúncia é feita, abundam relatos de ineficácia em punir agressores ou prevenir novas agressões.
“O machismo age de forma muitas vezes silenciosa e naturalizada socialmente. O que torna qualquer tipo de violência contra a mulher, seja ela psicológica ou física, um problema comunitário, uma responsabilidade de quem se cala diante disso. Essa é uma luta que deve ser travada por todos”, explica Luiza.
A campanha da Dádiva vem para expor a necessidade de um debate social amplo e elucidativo sobre a violência contra a mulher e a nossa responsabilidade enquanto sociedade de ajudar a quebrar o silêncio e motivar uma mudança efetiva.
A cerveja escolhida é uma NE IPA (New England IPA) de 6,1% de teor alcoólico que traz na receita o lúpulo Citra (bastante cítrico e frutado), e com triple dry hopping. É uma cerveja aveludada e com notas de frutas tropicais, principalmente de manga e maracujá, para ser degustada entre 4°C e 8°C.
O nome da campanha está estampado na lata coberto por uma fita. A ideia é que quando a pessoa que comprou a lata tire essa fita, ela imediatamente entre em contato com o tema e o assunto seja colocado em pauta ali mesmo, na mesa do bar ou em casa.
O desafio proposto com a campanha é: abram uma cerveja e dialoguem, despertem sobre esse tema que não é só das mulheres.
Lembrando que meu e-mail [email protected] está aberto para sugestões e dúvidas e que esta coluna e todas as outras já publicadas podem ser lidas no meu blog: etudocomida.tumblr.com
*Monali Bassoli é jornalista e sommelière de cerveja