Começar a se preparar no meio da crise é a decisão mais inteligente para aumentar a velocidade da retomada
Por: Guy Peixoto Neto*
Especialistas são praticamente unânimes sobre esta questão: em nenhum âmbito, o mundo será o mesmo após a pandemia de coronavírus. É a primeira vez que passamos por uma crise global nesta proporção e, como era de se esperar, ninguém estava preparado para tal. Com o isolamento instaurado para conter a propagação da doença, por todo o mundo empresas quebraram, pessoas perderam seus empregos e, neste momento, empresários de todos os setores – que conseguiram se manter ativos – estão repensando desde seus modelos de negócios à relação com funcionários e com a tecnologia.
Lidar com uma situação dessas não é o tipo de coisa passível de ser ensinada em uma faculdade – ou ao menos não era até agora. Em meio a este mar de incertezas, empresários vêm aprendendo com seus acertos e erros enquanto os acontecimentos se sucedem e torcem para que as coisas voltem à normalidade o mais rápido possível. No entanto, como alertam os especialistas, é preciso ter consciência de que os efeitos negativos da crise na economia ainda podem permanecer por um bom tempo. Por isso, é necessário que nos preparemos para a retomada da melhor maneira possível.
Os impactos da pandemia no mercado de trabalho afeta todas as categorias e, nesse cenário, muitas empresas não estão medindo esforços em prol dos trabalhadores. Na minha empresa não vem sendo diferente.
Para conseguir manter todos os funcionários e o fluxo de caixa estamos criando e nos adaptando a novos hábitos e comportamentos e também reavaliando as reais necessidades de se manter algumas estruturas e processos.
É importante dar atenção especial à área financeira neste momento, porque no final das contas, uma empresa não quebra imediatamente por falta de lucro contanto que haja dinheiro em caixa para priorizar as contas que mais representam e impactam o caixa. Dar atenção e ter cautela às finanças, não apenas impede a falência, mas também assegura que funcionários não sejam dispensados sem nenhum benefício e garante que todos sintam segurança em trabalhar no seu negócio. É importante lembrar que uma empresa não se trata apenas de dinheiro, e sim, de pessoas.
Com a ajuda de um consultor financeiro, temos encontrado soluções para realizar os próximos pagamentos, tanto para os colaboradores, quanto para financiamentos e impostos. Para que possamos manter os funcionários também temos estudado as medidas do Governo para as empresas, como as linhas de crédito do BNDS, reduções de salário proporcional e da jornada de trabalho e o adiantamento das férias.
Outro ponto importante para a retomada é ampliar a tecnologia e inovação o máximo possível, aumentando a velocidade dos processos e a produtividade das pessoas. Tínhamos em mente essa ampliação para o segundo semestre de 2020, mas resolvemos aplicar agora, e vem dando certo. Os processos estão sendo otimizados para melhorar a qualidade da tomada de decisões do negócio.
O foco agora deve estar na saúde das pessoas e no controle da doença e as empresas também devem ter consciência de sua responsabilidade social contribuindo para tornar as rotinas de trabalho mais flexíveis e disponibilizando meios e informações. Entendo que sairemos dessa crise mais preparados porque, a partir de agora, os negócios se manterão ativos apenas mediante a implementação de hábitos e metodologias aprendidos durante a pandemia. Portanto, tudo o que temos vivido durante este momento extremo, certamente também irá gerar resultados positivos que permanecerão na pós-crise.
Sobre Guy Peixoto Neto – Guy Peixoto Neto é mentor de empreendedorismo, empreendedor com experiência na criação, expansão e reestruturação de empresas. Aos 22 anos fundou a Operalog Transportes. Também é o fundador da startup Saly, plataforma de automatização dos processos de compras. Atualmente Guy está dedicando-se ao seu novo projeto, a GPX. Uma plataforma de conteúdo voltada para pessoas que querem se transformar em empreendedores ou que já são e querem continuar evoluindo.