Nossa Palavra – O mosquito que mata
Ninguém gosta de entrar em uma briga sabendo que vai perder. Mas é essa a sensação do cidadão que se vê conclamado a combater a proliferação do Aedes aegypti, transmissor de dengue, chikungunya e zika. Por mais que cada um considere que já faz o que pode, os casos são desanimadores.
A sensação de desalento aumenta quando se vê que governos estão colocando a responsabilidade toda na população. Por mais que o combate ao mosquito dependa de ações tomadas dentro das propriedades, a situação chegou a tal patamar que obriga a intervenção das autoridades.
No entanto, elas são as primeiras a admitir que não temos, ainda, ferramentas eficazes o bastante, para resolver o problema. O que estamos vivenciando é, nas palavras de um especialista, “a combinação perfeita para uma epidemia”: infestação alta e um vírus diferente.
O número de casos da doença tem aumentado dramaticamente desde os anos 1960, com cerca de 50 a 390 milhões de pessoas infectadas todos os anos.
Mesmo quem nunca foi contaminado conhece alguém que já teve dengue. Não precisamos de estatísticas para saber que o risco é real e que a doença mata. Enquanto não há cura nem meios eficazes de combate ao transmissor, cada um tem que fazer a sua parte.
Como não há vacina disponível no mercado, a melhor forma de evitar a epidemia é a prevenção, através da redução ou destruição do habitat e da população de mosquitos transmissores e da limitação da exposição a picadas.
Moradores devem cuidar de suas casas, e as administrações públicas precisam se esforçar mais, em parceria com pesquisadores do meio acadêmico, para solucionar um problema tão primitivo quanto um mosquito em pleno século XXI. A responsabilidade é nossa ou do governo? É de todos!