Secretários municipais de Saúde criticam defasagem dos valores da tabela do SUS
Em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados na terça-feira (20), o presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, disse que alguns procedimentos da tabela que remunera os serviços públicos de saúde estão sem reajuste há 20 anos.
A criação de incentivos vinculados a programas como o Rede Cegonha tem compensado em parte o problema, mas acaba gerando mais distorções. Segundo Junqueira, 40% dos recursos estão vindo desses incentivos, que não são uniformes em todo o País.
O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), Edson Rogatti, deu exemplos da defasagem da tabela de procedimentos. Segundo ele, uma cirurgia de vesícula custa em média R$ 2 mil. Pela tabela do SUS, o hospital recebe apenas R$ 447. Um raio X de tórax custa R$ 36, mas a tabela oferece menos de R$ 7. O resultado é uma dívida de R$ 22 bilhões acumulada pelas santas casas.
Rogatti disse ainda que, enquanto a tabela do SUS teve reajuste de menos de 100% desde o plano Real, a energia elétrica subiu quase 1.000%.
As defasagens apontadas pelas Santas Casas, com relação a tabela de procedimentos do SUS, são motivos de problemas para a maioria dos Municípios que, muitas vezes, devem complementar esses valores junto aos Hospitais para que, assim, as pessoas não sejam prejudicadas e devam percorrer distâncias – a chamada ambulancioterapia – com os veículos da Prefeitura, ao buscar dos procedimentos em grandes cidades.
Sem a existência dos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas, a maioria dos Municípios não teriam como ofertar níveis mais complexos de cuidados aos seus munícipes.