Nossa Palavra – Desprezo ao antepassado
Ao contrário de alguns países orientais (o Japão é um clássico exemplo) nós os brasileiros não devotamos respeito algum aos nossos antepassados. Esse, todavia, não é demérito somente de nossa Cidade. Mormente nas últimas gerações vamos mais além. Branquearam os cabelos, o indivíduo – mesmo no auge da experiência produtiva – é visto como ultrapassado, velho e imprestável. No oriente não. Os moços respeitam cada fio de cabelo branco daquele que dedicou toda a sua vida para sustentar a família e não arredar pé de uma Nação soberana e próspera. Se não respeitam sequer um trabalhador em vida, imaginem então depois de morto. Tudo isso vem à baila com alguns fatos que vem ocorrendo em nosso cotidiano.
Meia dúzia de vândalos mentecaptos, por exemplo, sentem prazer em destruir bustos e obeliscos que prestam singela e justa homenagem aqueles que, muitas vezes, deixaram suas raízes para ajudar neste país a construir uma nova pátria mais fraterna e robusta. Ledo engano. Prevalece em nós, além da famosa Lei de Gerson, o egoísmo, individualismo capitalista que a todos esmaga no lugar da solidariedade, do cristianismo, do amor ao próximo. A maioria faz ouvidos moucos aos apelos de quem precisa de carinho e de observação. Nem tampouco a Previdência Social dá valor aos idosos e aposentados, imaginem o resto do país
E as autoridades não dão a mínima aos operários e agricultores no quesito aposentadoria. Infelizmente, ao contrário de países civilizados e desenvolvidos, os medianamente desenvolvidos (como o Brasil) tratam os futuros aposentados como pesos mortos para a Nação. Mesmo aqueles que ainda estão em atividade, estão comendo o pão que o diabo amassou. Isto é, não tem amparo financeiro, material e espiritual. Aí o leitor pega, contudo, uma praça do município que tem o busto (ou coisa que o valha) de um dos fundadores de Taquaritinga ou ativista do progresso da cidade. Não representa a população, infelizmente. Ou é deixado de lado ou fica sem manutenção por longos anos. Isso quando não é derrubado ou estilhaçado como ocorreu com o soldado da pracinha da Santa Casa (a Praça Dr. José Furiatti). E com a placa de inauguração da Praça Ivete Tannus. A falta de respeito com os antepassados gera uma série de problemas sentimentais e familiares.
É o que vem acontecendo com a violação e furtos de túmulos nos cemitérios municipais, onde além de violar os jazigos, provocam danos nos patrimônios públicos. É o que causa ressentimento nos próprios familiares hoje em dia. Não é tanto, como dizem, pelo valor financeiro, mas tanto pela riqueza sentimental. Quando a Seicho-No-Ie preconiza a limpeza de uma Praça do Município não é porque o jardim está sujo. É porque a alma tem que ser oxigenada dos maus fluidos, das más energias.Devidamente aceito, certo é que caminhamos para a hecatombe final. Sem prestar a devida atenção ao nosso antepassado afundamos cada vez mais num mal de lama que nos deixa asfixiados. Menos que a saúde pública, é preciso dar a mão à palmatória e orar por aqueles que nos antecederam. Nesta primeira semana de setembro, vamos purificar nossa aura, enobrecer caráter; não trata de fomentar doutrinas cristãs, mas de estabelecer regras democráticas.