23 de dezembro de 2024
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Artigo: Pessoas maldosas, julgadoras. Pessoas doentes

Por: Natália Nunes*

Hoje me peguei pensando no tanto de “juízes formados” que temos na sociedade e nas redes sociais. Todos muito bem estudados, com pós-graduação, MBA, pós-doc, e o melhor, com uma ortografia incrível. Sem erros de gramática e de pronúncia. Realmente o mundo dos sonhos. Só que não.

A sociedade anda doente, algumas pessoas me assustam com comentários e pré-julgamentos, apontando o dedo para tudo e para todos. E isso não acontece só nas redes sociais, não: é cultural, é fofocar. Isso é estar feliz com a desgraça do próximo. É dos seres humanos que têm alma maldosa. O que será que muda na vida dessas pessoas repassar algo que “ouviu” falar? Sem nem ter certeza do que realmente aconteceu. Sem OUVIR e ENTENDER a família ou as partes envolvidas?

Que sociedade maldosa é essa? O que muda na vida você fotografar um acidente e postar numa rede social com uma dedução do que possa ter causado aquilo? Será que a pessoa não pensa nos familiares? Será que não pensa que naquele momento a família ainda pode não estar sabendo do acidente?

Na onda de intolerância que vivemos hoje, é essencial confirmar a veracidade da informação. Na verdade, sempre foi, mas as pessoas, muitas vezes, só enxergam aquilo que lhes interessam ou que lhes é mais conveniente, ou ainda o que lhes dão mais “curtidas e ibope”, ou que lhes torna mais “pop” entre os amigos. Todos se transformaram em jornalistas em busca do ineditismo e do “furo de reportagem”. A checagem e a busca pela verdade podem evitar muitos casos de violência em todos os âmbitos. Então, se não tem certeza, não fale e não compartilhe.

O lema de algumas pessoas é: “sua desgraça, minha felicidade”. Infelizmente, nossa sociedade é julgadora, maldosa, doente. O ser humano me assusta cada vez mais. E, com a internet, isso só tem piorado.  Será que as opções de redes sociais e tudo mais, algumas vezes não influenciam de forma negativa a atividade cotidiana e até mesmo o pensamento crítico dos indivíduos? E as opiniões? Será que o público que tem acesso a essa enxurrada de informações sabe ter uma opinião formada, e não simplesmente seguir o que a maioria diz ser correto ou verídico?

O grande problema da sociedade sempre foi e sempre será acreditar em tudo o que os outros falam ou tudo o que está na rede social. E, o pior, julgar, apontar o dedo.  Muitas coisas condizem com a verdade, outras nem tanto, levando-se em consideração que esse meio é abastecido por inúmeras pessoas, sem um controle de publicação do que é verídico ou não. A população acha que, só porque uma pessoa próxima “comentou” ou está na rede, é uma verdade, e acaba seguindo a mesma linha de pensamento, sem uma apuração ou um pensamento crítico a respeito. Algo inaceitável.

Para deixar mais claro o que quero dizer: a partir do momento em que escrevo ou falo sobre algo, estou automaticamente opinando – por isso que este texto se chama ARTIGO. Cabe a cada um de nós agirmos com responsabilidade, pois sabemos que cada palavra lançada jamais será esquecida, e se for uma mentira, calúnia ou algo do gênero, muitos poderão acreditar ser uma verdade absoluta. As opiniões que surgem devem ser analisadas de uma forma aprofundada, é preciso analisar o que pode estar por trás daquilo, o interesse embutido.

Está na hora de pensarmos um pouco mais antes de opinarmos sobre a vida alheia sem termos certeza ou conhecimento suficiente do caso. Na verdade, se não diz respeito à sua vida, NÃO OPINE. Antes de disseminar algum comentário que não diz respeito a você, faça-se a seguinte pergunta: O QUE ISSO MUDARÁ NA MINHA VIDA? Se a resposta for NADA, simplesmente não fale, não repasse, não poste, não julgue. Criticar porque todo mundo está criticando é fácil. Ser mais um na maioria também. O difícil é ter discernimento e destreza para entender o que cada ser humano está vivendo em seu interior, o que está sofrendo, as lutas que trava consigo mesmo para sobreviver e acordar todos os dias com um sorriso externo para sustentar sua família.

Nosso mundo está cheio de idiotas julgadores e de pessoas fúteis. Só lamento. E desejo melhoras! Deixe de ser frustrada (o). Seja luz e não sombra na vida das pessoas. Ajude e não julgue.

*Natália Nunes é jornalista e assessora de imprensa da Uniara