17 de novembro de 2024
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Saúde: conheça e saiba identificar a sepse

Também conhecida como infecção generalizada ou septicemia, é uma condição de emergência de saúde potencialmente fatal.

A infecção pode afetar todo sistema imunológico e dificultar o funcionamento dos órgãos. Ela acontece quando um quadro de infecção é agravado, fazendo com que o organismo não consiga controlá-lo. Em resposta, há mudanças na temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca, contagem de células brancas do sangue e respiração.

As formas mais graves de sepse também podem causar uma disfunção de órgãos ou o chamado choque séptico.

Atualmente a sepse é a principal causa de mortes nas unidades de terapia intensiva (UTI). O Brasil tem uma das mais altas taxas de mortalidade do mundo pelo problema – cerca de 55% dos casos, segundo dados do Instituto Latino Americano de Sepse. Estima-se que aproximadamente 400 mil novos casos são diagnosticados por ano e até 240 mil pessoas morrem anualmente.

Fatores de risco – As condições de saúde mais associadas ao aparecimento de sepse são: pneumonia; infecção abdominal; infecção renal e infecção da corrente sanguínea (bacteremia).

O risco também é maior se o paciente:

  • Faz quimioterapia
  • Está com o estado de saúde geral comprometido, em geral internado em unidade de terapia intensiva (UTI)
  • Tem feridas ou lesões, como queimaduras
  • Esteja utilizando dispositivos invasivos, tais como cateteres intravenosos ou tubos respiratórios.

Alguns grupos de pessoas correm mais riscos de sofrer sepse. São eles:

  • Bebês prematuros
  • Crianças com menos de 1 ano
  • Idosos com mais de 65 anos
  • Portadores de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e diabetes
  • Usuários de álcool e/ou drogas
  • Portadores de doenças que afetam o sistema imunológico, como HIV positivo.

Sintomas de Sepse – A sepse normalmente acontece quando uma infecção anterior (como uma infecção urinária) se agrava e espalha pelo corpo. Os principais sinais que devem levar o paciente ao hospital são:

  • Febre
  • Taquicardia
  • Frequência cardíaca aumentada
  • Dificuldade para respirar ou frequência respiratória aumentada
  • Pressão arterial baixa (hipotensão)
  • Menor quantidade de urina
  • Alterações neurológicas, que podem ser desde ansiedade e desorientação até confusão mental e perda de consciência.
  • A infecção generalizada também pode ser agravada, causando a sepse grave ou choque séptico – que acontece quando há disfunção de um ou mais órgãos, acompanhada de uma pressão arterial extremamente baixa, que não volta a normalidade mesmo com a infusão de líquidos (soro).

Diagnóstico e Exames – Na maioria dos casos a sepse ocorre em quem já está hospitalizado. Pessoas internadas na UTI são especialmente vulneráveis a desenvolver infecções que podem levar à sepse.

Contudo, qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir. As mais comuns são a pneumonia, infecções na barriga e infecções urinárias. Por isso quanto menor o tempo com infecção, menor a chance de surgimento da sepse.

O tratamento rápido das infecções é uma estratégia que deve ser adotada. Se um paciente pegar uma infecção ou desenvolver sinais de sepse após uma cirurgia, hospitalização ou infecção é necessário procurar assistência médica imediatamente.

Pessoas com sepse grave e choque séptico requerem uma estreita vigilância e tratamento em uma UTI do hospital e podem ser necessárias medidas de salvamento para estabilizar as funções orgânicas.

Sepse tem cura? – Quanto mais rapidamente for realizado o diagnóstico e tratamento da sepse, melhores as expectativas para a condição geral do paciente. O inverso também é verdadeiro, fazendo com que o risco de morte aumente caso haja demora para o atendimento, sobretudo em pessoas com o sistema imunológico debilitado ou com uma doença crônica.

Também é comum que pacientes com sepse tenham sequelas depois de finalizado o tratamento. Elas podem diminuir ou desaparecer com o tempo ou acompanhar a pessoa para o resto da vida. Tudo depende do estado geral do paciente antes do problema, da gravidade, tempo de internação e local em que ocorreu a infecção.

Bebês, crianças novas e em idosos têm uma tendência maior a sofrer os efeitos mais graves da sepse. A infecção generalizada foi a maior causa de morte de crianças com menos de um ano entre os anos de 2011 e 2014 e a segunda maior em 2010. Em média, todos os anos, ela sozinha é responsável por 8,5% dos óbitos nesta faixa etária.

Prevenção – O risco de sepse pode ser reduzido, principalmente em crianças, respeitando-se o calendário de vacinação. Uma higiene adequada das mãos e cuidados com o equipamento médico podem ajudar a prevenir infecções, inclusive hospitalares, que levam à sepse.

Além disso, fazer o tratamento adequado de infecções que podem parecer simples, como uma infecção urinária ou gripe, pode ajudar a prevenir o seu agravamento e a sepse.

Ter uma vida saudável, com prática de atividades físicas, alimentação balanceada, sem cigarro e evitando o consumo de álcool ajuda na condição de saúde total do corpo, o que também pode ajudar a prevenir o agravamento de infecções e a sepse.