Nossa Palavra – Para bom entendedor, meia palavra basta
Foi de forma lamentável que a semana começou.
Na volta às aulas das crianças e adolescentes, que sempre foi motivo de alegria e entusiasmo, este ano o desânimo e o descrédito imperaram. Pais e mães quando chegaram ao estabelecimento de ensino de seus filhos foi uma decepção. Principalmente na Escola Modesto Boher, que o prefeito jurou de pés juntos que a reforma estava quase concluída, nem banheiros tinha (até os sanitários químicos já tinham sido retirados).
Paredes com rachaduras, prestes a cair, colocaram os pais em pânico, quase uma síndrome. Não foi o Modesto simplesmente. Outras escolas também tiveram problemas, inclusive transporte escolar. Não dá para acreditar que depois de um longo período de férias, não houve tempo suficiente para fazer as reformas que o prédio precisava. E logo no começo das atividades estudantis a cena é temerária. Mesmo os vereadores que estão na base de apoio do chefe do Executivo (por exemplo, Juninho Previdelli e Gilberto Junqueira) estiveram na escola e testemunharam os fatos.
Não dá para esconder, tapar o sol com peneira. Se o caso for as empreiteiras, elas não têm todo esse poder descomunal e o Ministério Público (MP) deve ser acionado para uma ação judicial. Se for o não envio de recursos estaduais o governo do Estado tem que se responsabilizado por parar obras públicas pela metade. Isso também acontece com as verbas federais e devem ser urgentemente cobrados. Nada (e ninguém) pode ficar na impunidade. Nem o prefeito – e ele sabe perfeitamente disso. Já se foi o tempo de empurrar com a barriga; hoje a promotoria de Justiça está de olho nos pequenos detalhes. Houve um tempo em que existia uma tal de “verba a fundo perdido”, que se gastando ou não ninguém prestava contas.
O dinheiro ficava depositado na conta do Abreu e os políticos brincavam: se ele não pagar, nem eu. Hoje em dia é diferente, ainda há corrupção, mas a cobrança e vigilância é mais efetiva. Entretanto, mesmo nos locais onde não existem nada de errado, sem corrupção ou quejandos, as obras públicas se deparam com a burocracia, muitas vezes com o superfaturamento e o desperdício. As reformas nos estabelecimentos de ensino de Taquaritinga, por exemplo, estão embranquecendo os cabelos do alcaide, que vem sendo xingado a torto e direito, sem eira nem beira.
Não concordamos com os impropérios que o prefeito vem sendo atacado por alguns desde a passeata dos profissionais de Enfermagem até o bafafá da chegada às escolas (principalmente a do Modesto, cujos pais ficaram tiriticas com o chefe do Executivo e não era por menos). Não há outro caminho senão o diálogo e o entendimento, sabe disso o prefeito. Mas não há porque pedir diálogo depois que a guerra já foi declarada. É preciso conciliar as teses e dar um novo rumo antes que a porteira seja arrombada.
O chefe do Executivo não pode fazer ouvidos moucos aos reclamos da população, nem dar a mão à palmatória, porque muitas dessas complicações nem foi o atual prefeito que causou. Infelizmente, o alcaide sabia com a lama que estava vivendo e o monstro subterrâneo que estava criando. Como reza a piada infame do ex-presidente do Corinthians, Vicente Mateus: “Quem entra na chuva é pra se queimar”. Tomara que o prefeito não se queime.