23 de novembro de 2024
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Bate-papo: Rodrigo de Pietro, é o entrevista da semana

Ele diz que não se arrepende de nada porque ‘ nunca fiz críticas pessoais’.

Entrevistado pelo semanário O Defensor nesta semana, o presidente da Câmara do Município de Taquaritinga, vereador Rodrigo José de Pietro, fez um balanço de seus dois anos a frente da Casa de Leis (no próximo dia 10 será realizada a eleição da nova Mesa Diretora do Legislativo local) e desabafou: “Apoiar o atual prefeito está fora de cogitação”. Quanto a sua provável candidatura ao Paço Municipal “José Romanelli” em 2020, de Pietro foi enfático: “Quem decide isso é o povo”. O atual presidente da Câmara comenta que não se arrepende de nada, “porque nunca fiz críticas pessoais nem extrapolei meu papel de vereador” e adverte que a administração municipal deveria priorizar a questão da geração de empregos. Ao final, de Pietro rebate as justificativas do chefe do Executivo: “Não acredito que minha posição prejudique o andamento da cidade, muito pelo contrário”.

Confira a integra do bate-papo a seguir:

O Defensor – Final de ano, no próximo dia 10 será realizada a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara de Taquaritinga, que vai ter candidato único, o vereador José Roberto (Beto) Girotto a presidente, para o biênio 2019/2020. Qual o balanço que você faz desses dois anos que esteve à frente do Legislativo, foi positivo ou negativo na sua opinião? Descreva alguns pontos positivos e alguns pontos negativos relativos a sua gestão administrativa.

Rodrigo de Pietro: Para mim, foi positivo. Sou o vereador mais novo da casa, estou no primeiro mandato e tive a missão de comandar a Mesa no primeiro biênio. Não contratei chefe de gabinete, só trabalhei com servidores concursados. Isso é positivo. Quanto à administração do Legislativo, não fiz gastos desnecessários. Projetos importantes foram aprovados, como o que deixou Taquaritinga apta a receber o ISS que antes era recolhido fora do município, e da Feira do Livro, os dois da minha autoria. Não criei empecilhos ilegais nos projetos do prefeito, mesmo aqueles que fui contra. O lado negativo foi a tentativa de interferência no Legislativo por parte do Executivo. Fiz de tudo para não permitir isso. A independência dos poderes é importante para que não haja excessos de nenhum deles.

O Defensor – Alguns fazem questão de afirmar categoricamente que sua discordância com o chefe do Executivo logo no início da administração dele foi prejudicial ao município, por exemplo a briga por causa do prédio da antiga Stéfani S/A e a questão dos impostos municipais. Dois anos já se passaram e a briga continua. Quem está certo e quem está errado, dá para explicar esse quiproquó?

Rodrigo de Pietro: Não avalio dessa forma. Simplesmente discordei da compra do prédio, assim como continuo a discordar. Mas, já que a maioria dos colegas aprovou, agora torço para que dê certo. Afinal, é dinheiro público que está em jogo. Já na questão dos impostos, entendo que não deveria ter tido mudanças tão desproporcionais logo no primeiro ano, primeiro no IPTU, nos valores venais dos imóveis, no ITBI, e depois no Código Tributário, que penalizou os empresários. Até hoje a população reclama.

Os aumentos foram dados num momento, de crise de falta de emprego. Não acredito que minha posição prejudique o andamento da cidade, muito pelo contrário. Fui eleito para defender os interesses dos munícipes. Eu não brigo, não levo para o lado pessoal. Apenas ouço a população e procurei atender suas demandas. Quem está certo ou errado, é o tempo que vai dizer.

O Defensor – Nesses dois anos, aliás, você se arrepende de alguma atitude que tomou e depois se arrependeu e achou que não deveria ter tomado em relação ao prefeito municipal? Por exemplo, em alguns casos as rusgas foram graves, sérias, quase um duelo de espadas, isso não poderia ter sido evitado se houvesse equilíbrio de ambas as partes?

Rodrigo de Pietro: Não chegou a tanto. A política hoje está bem mais amena do que antigamente. As discordâncias são naturais. O próprio prefeito de hoje, quando era vereador, foi o maior adversário do prefeito da época, Paulo Delgado, e nem por isso acredito que sejam inimigos. Não me arrependo de nada, porque nunca fiz críticas pessoais nem extrapolei meu papel de vereador. Minha atuação na Câmara é reflexo do que a população clama. Por exemplo, creio que a administração deveria priorizar a questão da geração de empregos.

O Defensor – Em 2020 haverá um novo pleito municipal, você pretende ser candidato a prefeito, já que adquiriu uma boa experiência nesse primeiro mandato. O chefe do Executivo já jurou de pés juntos que será candidato a reeleição e o acusa de ter traído ele depois da eleição, já que você subiu com ele no mesmo caminhão. Em 2020 você apoiaria Mársico a prefeito?

Rodrigo de Pietro: Desde criança, me lembro da vontade política do hoje prefeito em participar da vida pública. Estive com ele em dois momentos, quando ele perdeu a eleição de prefeito em 2012 e quando ganhou em 2016. Mas sua administração tomou um rumo diferente daquele que ele pregava, do empresário, do visionário que ia priorizar a geração de empregos. Aí veio a primeira medida, logo de cara, a compra de um prédio de R$ 6 milhões para instalar da Prefeitura. Não pude compactuar com isso. Então aconteceu a ruptura. Dessa forma, apoiar o atual prefeito, está fora de cogitação. Quanto a me candidatar, quem decide isso é o povo.

O Defensor – Em determinados momentos na Câmara Municipal o que transparecia é que você estava sozinho na defesa de alguns projetos, pois não tinha apoio e nem liderança sobre os demais colegas. Nesses dois anos você guardou alguma mágoa ou ressentimento de algum vereador ou assessor ou secretário do prefeito municipal? Em política tem mesmo que saber perdoar?

Rodrigo de Pietro: Muito pelo contrário. Como já disse, meus projetos foram aprovados, muitos por unanimidade. Ter uma posição política sempre acarreta um ônus, mas isso é normal. Não guardo mágoa de ninguém. Aliás, sou grato a meus 14 colegas de Câmara, secretários e assessores de governo, que sempre me atenderam com educação. Essa relação cordial, tenho certeza, vai permanecer até o fim, mesmo eu estando fora da mesa diretora. Meu trabalho continua da mesma forma, cobrando, fiscalizando e buscando recursos principalmente para as entidades.

O Defensor – O Defensor só tem a agradecer a você e deixa o espaço aberto para suas considerações finais, desejando um feliz Natal e um próspero Ano Novo. A palavra é sua, muito obrigado.

Rodrigo de Pietro: Obrigado a vocês do jornal e à imprensa toda pela oportunidade da entrevista. E também por ter me questionado durante esses dois anos. Democracia é isso. Na Câmara, fizemos uma gestão enxuta e vamos devolver mais de R$ 3,5 milhões à Prefeitura do repasse. Agradeço a toda a população, desejando um Natal de alegrias e um 2019 repleto de saúde.