Indicador de Nível de Atividade da indústria fecha o trimestre em alta moderada de 0,4%, aponta Fiesp
Indicador Sensor segue acima dos 50 pontos pelo 15º mês consecutivo.
O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria de transformação paulista subiu 0,6% em março ante o mês de fevereiro, na série com ajuste sazonal. No fechamento do 1º trimestre houve elevação de 0,4% em relação ao quarto trimestre de 2017, resultado que mostra desaceleração do ritmo de crescimento da atividade manufatureira paulista se comparado aos dados dos quatro trimestres do ano de 2017 (1ºtri17: 2,7%, 2ºtri17: 1,8%, 3ºtri17: 2,4% e 4ºtri17: 1,5%). Na série sem ajuste, o indicador mostrou alta de 5,2% na variação acumulada no ano e de 2,9% em relação a março de 2017.
A variável de vendas reais (+5,8%) foi a principal responsável por influenciar o INA positivamente no mês, além da projeção para a Produção Industrial Mensal (PIM-SP), de 1,4% de aumento. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) permaneceu praticamente estável em 0,1 p.p. e a variável das horas trabalhadas na produção cedeu 0,2% na análise com tratamento sazonal. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 27/04, pela Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp).
Quanto à trajetória de manutenção da recuperação da atividade econômica brasileira e da indústria de transformação, Roriz avalia que deve se manter nos próximos meses, embora em ritmo ainda moderado. “Essa retomada gradual e moderada se deve à incerteza quanto ao cenário eleitoral e ao andamento das reformas, como a da previdência. Outro fator que contribui para o crescimento mais lento da atividade econômica são os elevados spreads bancários, limitando o efeito da queda da taxa Selic aos seus patamares mínimos históricos. A redução dos juros não chegou ainda ao consumidor”, avalia o vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.
Entre os setores pesquisados, os destaques ficaram por conta de veículos automotores, cuja atividade subiu 4% em março, na série com ajuste sazonal. As horas trabalhadas na produção e o total de vendas reais avançaram 8,8% e 0,9%, respectivamente. Já o NUCI recuou 0,4 p.p.
O INA do setor de móveis subiu 1,9% no mês. As horas trabalhadas na produção, o total de vendas reais e o NUCI avançaram 1,1%, 7,6% e 0,1 p.p, respectivamente.
Sensor – A pesquisa Sensor de abril, também produzida pelas entidades, apresentou relativa estabilidade ao subir 0,9 pontos, para 53,3 pontos (52,4 pontos em março), mantendo o Sensor acima dos 50 pontos pelo 15º mês consecutivo. Leituras acima de 50 pontos sinalizam expectativa de aumento da atividade industrial paulista para o mês.
Dos indicadores que compõem o Sensor, a variável de vendas foi a que teve a alta mais expressiva, avançando 7,2 pontos, para 61,9 pontos em abril. Já o indicador de estoques cedeu 3,3 pontos ante março (46,8 pontos), marcando 43,5 pontos no mês de abril, de tal forma, indica que os estoques estão acima do nível desejado.
Segundo Roriz, o maior estoque apresentado, “aparentemente, é fruto de importação, já que os níveis de capacidade instalada das indústrias paulistas continuam estáveis e em baixos patamares. O empresariado entrou 2018 com grande expectativa de aumento nas vendas. Mas vale lembrar que essa desvalorização do câmbio, já na casa dos R$ 3,50, pode afetar as importações. Além disso, esse aquecimento nas vendas não deve se manter nos próximos meses”.
Houve avanço também no indicador de emprego, que subiu 1,1 ponto para 53,3 pontos, sendo que resultados acima dos 50,0 pontos indicam expectativa de contratações para o mês.
Para a variável que capta as condições de mercado, o recuo foi de 0,5 ponto, passando de 55,7 pontos em março para os 55,2 pontos no mês de abril. Acima dos 50,0 pontos indica melhora das condições de mercado.