23 de dezembro de 2024
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Bitcoin, o dinheiro virtual

O Bitcoin funciona como uma moeda 100% virtual, contribuindo para a proliferação de trocas comerciais que não mais envolvem o dinheiro impresso.

Bitcoin (BTC) é um tipo de criptomoeda, ou moeda virtual, criado no ano de 2009. Diferentemente das moedas convencionais, o bitcoin não possui um Banco Central controlando a sua valorização e desvalorização, que seguem os rumos do mercado – na lei da oferta e da procura – e as ondas de investimentos e notícias sobre o seu valor especulativo.

Não se sabe, exatamente, quem foi o criador do Bitcoin. No entanto, esse mérito costuma ser atribuído a Dorian Nakamoto, que nega veementemente essa informação. Segundo afirmações não oficiais, Dorian seria o verdadeiro nome por trás de Satoshi Nakamoto, um codinome utilizado para designar o responsável pela existência da programação utilizada no bitcoin.

Existem também vários outros tipos de criptomoedas, como o Litecoin e o Mastercoin, mas o Bitcoin é a mais conhecida (e polêmica) moeda virtual. Ela é tão popular que muitas pessoas afirmam que ela é como o “dinheiro da internet”. Portanto, da mesma forma que o dinheiro do Brasil é o Real, o dos Estados Unidos é o Dólar e o da Rússia é o Rublo, o da internet seria seguramente o bitcoin.

Como fazer para adquirir ou comprar bitcoin?

Antes de qualquer passo, o usuário deverá ter uma carteira virtual, um ponto na internet individual e intransferível onde os bitcoins ficam armazenados. Para criá-la, basta acessar o site da blockchain. Depois de ter a sua própria carteira, as unidades monetárias virtuais podem ser adquiridas de três diferentes formas:

1) Comprar bitcoin diretamente

A forma mais simples é adquirir através da troca de “moeda real” pelos bites da internet. Nesse processo, você realiza uma troca cambial de acordo com a cotação atual do mercado. Quanto mais valorizado fica o bitcoin, mais dinheiro você deverá gastar para adquiri-lo. As compras e as vendas são executadas no mesmo site onde você criou a sua carteira, o blockchain, ou em caixas eletrônicos especificamente criados para isso, que ainda são muito raros e quase inexistentes no Brasil.

2) Realizar operações utilizando bitcoins

Uma forma alternativa é realizar uma venda ou negócio qualquer cobrando em bitcoins. Assim, após vender um computador ou realizar algum tipo de serviço, o pagamento poderá ser realizado através da criptomoeda. Existem casos de mansões vendidas em bitcoins, além de outros negócios que, aos poucos, vão se popularizando. Há alguns estabelecimentos no Brasil e no mundo que já recebem o pagamento de seus clientes por essa moeda, em que as operações envolvem o uso de aplicativos nos celulares dos clientes e dos vendedores.

3) Tornar-se um “minerador”

Todas as transações realizadas em bitcoin são registradas e controladas publicamente a partir do portal da blockchain, que é operada e mantida por milhares de “mineiros” em todo o mundo. Portanto, minerar bitcoins significa utilizar a capacidade de seu computador para auxiliar o servidor geral, ou seja, para manter a estrutura da rede em funcionamento. Assim, como “pagamento” ou ressarcimento de sua contribuição, você recebe algumas bitcoins em troca.

Quanto maior a capacidade do computador, maior a contribuição e melhor é o “pagamento”. No entanto, é muito difícil que usuários básicos em computadores “comuns” consigam algum êxito, uma vez que esse serviço costuma ser realizado por equipes compostas por pessoas com vários computadores que se unem para formarem uma configuração avançada a fim de propiciar um melhor desempenho e angariar mais dinheiro virtual.

Como funciona exatamente o sistema de bitcoins?

Como já enfatizamos, para ter bitcoins, é preciso ter a sua própria carteira virtual. Ela é utilizada tanto para armazenar dinheiro quanto para realizar trocas comerciais únicas e específicas. É como se fosse uma conta bancária, pois cada carteira tem a sua numeração específica, que deverá ser utilizada a cada compra ou recebimento efetuado.

Sempre que uma transação é realizada, ela é registrada publicamente no portal da blockchain, quando os mineiros verificam e confirmam a validade das informações através de uma série de softwares desenvolvidos especificamente para essas funções. Com isso, evita-se que sejam realizadas cópias de moedas ou duplos pagamentos com uma mesma unidade monetária. Todas as carteiras e dados são protegidos por criptografia.

Como não há um Banco Central, o uso da moeda é livre de instâncias burocráticas, tornando-se mais fluida. Além disso, essa configuração não permite que governos inflacionem ou valorizem a moeda, controlando o quanto de dinheiro é produzido. Na verdade, apenas 21 milhões de bitcoins foram programados para ser produzidos, o que deverá ser executado aos poucos até o ano de 2140.

Apesar de ter se tornado, rapidamente, um grande sucesso no mundo virtual, o bitcoin vem gerando algumas polêmicas. Nenhum governo reconhece oficialmente a moeda – uma vez que isso faria com que os governos perdessem o monopólio sobre o mercado financeiro de seus países. Rússia e Tailândia, inclusive, chegaram a proibir a circulação da moeda, de modo que qualquer operação envolvendo os bitcoins seria considerada crime nesses países.

Muitos economistas também criticam as constantes variações no preço da moeda, os riscos que envolvem o seu uso e o seu alto valor especulativo. Além disso, questionam-se a segurança e a abertura que ela oferece para lavagens de dinheiro e outras operações ilícitas.

Por outro lado, os seus defensores argumentam que o bitcoin representa o futuro do uso do dinheiro no mundo e que sua adoção é apenas o acompanhamento de uma tendência mundial, em que o uso de dinheiro virtual em forma de cartões de crédito e transferências on-line é cada vez mais comum.

Por Rodolfo Alves Pena / brasilescola

Graduado em Geografia

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