Nossa Palavra
Com diálogo, a voz da unidade
Esses embates entre o prefeito e lideranças e entidades da Cidade não são de bom alvitre e muito pouco salutar para o desenvolvimento do Município. Desde o início da administração lamentavelmente essas quedas de braço vêm acontecendo por um estrelismo de ambos os lados que beira a sandice.
Todos sabemos que política é a arte de alimentar vaidades, mas as vaidades nesta Taquaritinga chegam às raias do absurdo e entram na rinha política de guerra declarada. Foi o que aconteceu entre o alcaide e o presidente da Câmara que quase precisou de divã psicológico para analisar níveis de perseguições a que se chegou. Acusações entre adversários se transformaram em duelos armados de duas cabeças de opiniões contrárias que não encontram sua síntese. Ou não pretendem encontrar.
A disputa entre prefeito e presidente do Legislativo continua sem tirar nem por. Pior para a Cidade que não encontra seu eixo, não progride e nem se desenvolve, cada qual puxando a corda para o seu lado. Diz a boca popular que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco e o lado mais fraco é justamente os trabalhadores, a massa mais pobre. Isso reflete diretamente no futuro de nossa terra. Até porque essa briga pelo status não se encerra na disputa entre o alcaide e o presidente da Câmara.
Reflete direto e reto nas instituições que são seus tentáculos, que alongam braços pelo Município e que fazem parte do corpo ativo de Taquaritinga. Vejamos: o embate que se iniciou com um vereador descontente, já se desdobrou pelo Instituto de Previdência Municipal (Ipremt), causando episódios lamentáveis e nada democráticos por parte dos dois lados que se confrontam. Agora a guerra declarada do prefeito atinge também o Sindicato dos Servidores e deve também ir parar na Justiça aguçando de uma vez por todas as diferenças que não foram resolvidas entre eles.
Fica difícil caminhar para um único lado nessa situação de conflito. Falar de um só coração nem pensar. Convenhamos: precisa-se ser realista para não cair na demagogia barata e não perder tempo com discursos verborrágicos que destilam lágrimas de crocodilo. Fica difícil se é justamente isso que estamos fazendo nesta terra de São Sebastião. Torna-se até hipócrita se falar em Sebastião, justamente ele que juramentou sua fé cristã na inabalável sinceridade que lhe foi peculiar. Nunca foi morno: ou era frio ou quente em suas convicções. Não usava de falsidades. Como não somos divulgadores do quanto pior, melhor, também este O Defensor não apregoa o morno na temperatura do Município. Que sejamos frio ou que sejamos quente e, nesse propósito, não concordamos com essas fanfarronices no penico municipal.
Como sabemos que outros embates porventura virão entre o chefe do Executivo e outras entidades civis, já colocamos a barba de molho. Assim deve fazer a população que não aprova esse tipo de política de achincalhe. Taquaritinga merece muito mais do que essas picuinhas que muitas vezes deixam os bastidores e caem na opinião pública como bomba-relógio. A lavagem de roupa suja no centro da Cidade em nada contribui para colocar Taquaritinga nos trilhos e nos eixos. Principalmente entre lideranças e instituições que gozam de respeito e merecimento nos munícipes que almejam um Município de bem-estar e qualidade de vida para todos.
Não fica bem o alcaide de cara virada com o instituto de previdência de seus próprios servidores e muito menos com o sindicato do funcionalismo que trabalha nesse mesmo sentido. Um sindicato, por exemplo, tem dever (a missão) de trabalhar pelas reivindicações e conquistas de seus associados, mesmo que o patronato não aprove seu gesto. A Prefeitura, sem sombra de dúvida, é (e deve ser) assim. O sindicato não foi feito para agradar autoridades de plantão, deve sim ficar em sintonia com seus associados, no caso o funcionalismo público.
Como este O Defensor também não está para defender diretores de sindicato e do Ipremt, acreditamos que todos devemos pensar em Taquaritinga, somente neste Município, deixando para segundo plano questões pessoais ou particulares. Deve ser nosso pensamento tão somente interesses coletivos. Vaidades e status não podem dominar, muito menos cargos passageiros. A Cidade merece!