3 de dezembro de 2024
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Nossa Palavra – Dia da Bandeira

Celebrado em 19 de novembro, o Dia da Bandeira marca a transição do Brasil Império para a República, imortalizando a simbologia da identidade nacional brasileira.

Anualmente, o Dia da Bandeira é comemorado no Brasil em 19 de novembro, uma data carregada de simbolismo e que destaca um dos marcos mais importantes da história nacional: a transição do país de um Império para uma República. A celebração ocorre apenas quatro dias após a Proclamação da República, que aconteceu em 15 de novembro de 1889, representando a ruptura definitiva com o regime monárquico e a criação de uma nova identidade republicana.

A bandeira, que faz parte dos Símbolos Nacionais ao lado do Hino, das Armas e do Selo Nacional, é uma das manifestações mais visíveis e duradouras da identidade brasileira. A versão com as cores que conhecemos hoje, verde e amarelo, foi adotada em 1822, ano da independência do Brasil. Antes disso, o país usava uma bandeira com as cores de Portugal, branca e vermelha, que remetia ao passado colonial sob o domínio português.

A primeira bandeira brasileira em verde e amarelo, conhecida como Bandeira Imperial, foi concebida sob o comando de Dom Pedro I. O verde representava a Casa de Bragança, linhagem de Dom Pedro, enquanto o amarelo remetia à Casa de Habsburgo, família de sua esposa, Dona Leopoldina. A bandeira imperial, além de ostentar as cores verde e amarelo, incluía ramos de café e tabaco, produtos de grande importância econômica na época, além da coroa imperial, que reforçava a imagem de um país sob a liderança monárquica.

Com a Proclamação da República, a bandeira brasileira sofreu significativas alterações. Inicialmente, uma bandeira provisória foi adotada, inspirada no modelo norte-americano, com listras que simbolizavam as treze colônias brasileiras da época. No entanto, essa bandeira foi usada por apenas quatro dias. Em 19 de novembro de 1889, foi criada a bandeira que conhecemos atualmente, projetada por Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com colaboração de Décio Vilares na execução gráfica. Esta versão manteve as cores verde e amarelo, mas adicionou elementos que remetem ao novo regime e à identidade republicana.

O círculo azul com a inscrição “Ordem e Progresso” e as estrelas representam um importante aspecto da bandeira nacional. As 27 estrelas simbolizam os 26 estados do Brasil, além do Distrito Federal, e estão dispostas de acordo com o aspecto do céu observado sobre o Rio de Janeiro às 8h30 do dia 15 de novembro de 1889, conforme definido pela Lei Nº 8.421, de 11 de maio de 1992. Essa disposição foi concebida para transmitir um sentido de ordem e unidade nacional, ao passo que as estrelas, cada uma representando uma unidade da federação, reforçam a indivisibilidade do país. Caso novos estados venham a ser criados, a lei também prevê a inclusão de novas estrelas, respeitando a disposição estética original.

A cada ano, o Dia da Bandeira celebra não apenas o símbolo em si, mas os valores de liberdade, unidade e progresso que ele representa. Em muitas escolas e instituições públicas, a data é marcada por cerimônias cívicas que incluem o hasteamento da bandeira e a execução do Hino à Bandeira, criado em 1906 pelo poeta Olavo Bilac e musicado por Francisco Braga. Esse ritual reforça a conexão entre os brasileiros e seus símbolos, promovendo o patriotismo e a reflexão sobre os valores que moldaram a história do país.

O Dia da Bandeira é, portanto, uma ocasião para rememorar a rica trajetória histórica que originou o Brasil moderno, celebrando não apenas o pavilhão nacional, mas o compromisso com a democracia, a paz e o desenvolvimento. A bandeira é, em última análise, um lembrete visual da diversidade e da unidade nacional, que transcende épocas e governos, sempre refletindo os ideais de uma nação que segue em constante transformação.