5 de novembro de 2024
CidadeGeralPolítica

Deu o que falar: Superintendente do SAAET rebate polêmica e defende licitações para economia energética

Dr. Sérgio Salvagni afirma que contratos visam economia de até 40% e nega irregularidades apontadas pela equipe de transição do novo governo.

Em meio à polêmica que tomou conta de Taquaritinga no último fim de semana, o superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAET), Dr. Sérgio Schlobach Salvagni, foi à imprensa para esclarecer a situação sobre duas licitações milionárias que somam quase R$ 9 milhões. As licitações, que visam à compra de energia elétrica e à contratação de consultoria para o gerenciamento do fornecimento energético, geraram críticas de setores da cidade e da equipe de transição do prefeito eleito, Dr. Fulvio Zuppani. Em entrevista concedida a uma rádio local, Salvagni rebateu as acusações, afirmando que as informações disseminadas são “inverídicas” e refletem um mal-entendido sobre os objetivos dos processos licitatórios.

De acordo com o superintendente, as licitações têm como objetivo migrar o consumo de energia do SAAET para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), o que permitiria uma economia significativa para a autarquia. “Não existe compra de nada; existe um equívoco enorme. Nós não estamos comprando, estamos apenas tentando reduzir os gastos com energia. Só se eu fosse louco para fazer uma compra dessas e deixar para o outro pagar,” declarou Salvagni. O contrato de R$ 8,03 milhões seria, portanto, uma medida de longo prazo, que garantiria a estabilidade dos custos energéticos para o SAAET, além de atender a uma recomendação do Ministério Público (MP) para explorar o mercado livre de energia, prática já adotada em outras autarquias municipais.

Dr. Sérgio Schlobach Salvagni superintendente do SAAET – Foto: Gabriel Bagliotti / O Defensor

Salvagni, em tom incisivo, criticou a maneira como a informação foi divulgada. Para ele, houve um “engano” por parte da equipe de transição ao interpretar os objetivos das licitações, salientando que “o nome da gente não é capim” e que, desde o início de sua gestão, mantém um histórico de integridade. “Aqui não tem falcatrua, protecionismo ou esquema. O SAAET é um órgão bem administrado, com excelentes funcionários”, enfatizou. Ele destacou que o processo, além de transparente, atende a todas as exigências da legislação e que qualquer cidadão pode fiscalizar as ações da autarquia.

A primeira licitação, de número 16/2024, prevê um contrato para fornecimento de energia elétrica no ACL destinado a 14 unidades do SAAET, com valor estimado de R$ 8.034.619,48 milhões e duração de cinco anos. A segunda licitação, de número 17/2024, contempla a contratação de uma empresa para prestar serviços técnicos e consultoria na gestão do contrato de compra de energia, ao custo anual de R$ 588 mil. Em sua defesa, Salvagni afirmou que essas medidas resultariam em uma economia de até 40% nos gastos com energia elétrica da autarquia e que, sem a conclusão desses pregões, o abastecimento de água na cidade poderia ser comprometido devido à falta de eletricidade para operar os poços e unidades de tratamento.

A situação foi agravada por uma reunião tensa entre Salvagni e o coordenador da equipe de transição, na qual, segundo o superintendente, houve desentendimentos sobre a necessidade e a urgência da contratação. “Não sou irresponsável. Estou apenas cumprindo as etapas de um trabalho de um ano e meio, que segue uma legislação exigente. Se decidirem não realizar o pregão, a cidade ficará sem água,” alertou Salvagni, enfatizando que qualquer interrupção nas licitações pode resultar em impactos severos no fornecimento.

Além de defender as contratações, o superintendente afirmou que pretende esclarecer todas as dúvidas da equipe de transição e enviar um relatório ao Ministério Público sobre as ações do SAAET. “Vou responder ao prefeito e à equipe de transição e encaminhar tudo ao MP para provar que estamos seguindo as determinações,” completou, argumentando que a migração para o Ambiente de Contratação Livre não é apenas uma iniciativa econômica, mas uma recomendação jurídica que visa modernizar e garantir a sustentabilidade financeira do SAAET.

A reunião também envolveu o futuro superintendente do SAAET, Júlio Raposo, e, conforme Salvagni, teve desdobramentos que o deixaram contrariado. “Recebi o Júlio, que é uma pessoa íntegra e ponderada, mas o encontro com o coordenador não foi positivo. Eu fiquei muito nervoso com isso,” desabafou, sugerindo que a pressão da equipe de transição interferiu em um momento delicado de mudanças para a autarquia.