Nossa Palavra – Fim do Horário Eleitoral
Campanha marcada por ataques e estratégias de convencimento na reta final
Na última quinta-feira (3), chegou ao fim o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, encerrando 35 dias de uma campanha marcada por promessas, debates e, em muitos casos, trocas de ataques. Em Taquaritinga, a estratégia de usar o rádio como palco de embates entre os candidatos deixou claro que, além de apresentar propostas, o foco esteve em desconstruir adversários.
Embora as redes sociais tenham se consolidado como um espaço dinâmico para a comunicação direta com o eleitor, o horário eleitoral tradicional manteve-se como uma ferramenta crucial para alcançar diversos públicos, inclusive aqueles que não estão tão imersos no ambiente digital. No entanto, a grande expectativa era que os programas de rádio e TV funcionassem como um espaço de maior clareza e aprofundamento das propostas dos candidatos. O que se viu, no entanto, foi uma troca constante de farpas, onde ataques e contra-ataques se tornaram frequentes.
A prática de transformar o programa eleitoral em uma arena de respostas e provocações revelou uma faceta preocupante do atual cenário político: a confiança de que, mesmo diante de ataques mútuos, o eleitor será capaz de identificar qual discurso mais lhe agrada. Em outras palavras, o foco nas críticas e respostas parece ter se tornado uma estratégia tão central quanto a apresentação de propostas. E o que deveria ser um espaço para a construção de confiança na capacidade de governar, acaba reforçando um ambiente de desconfiança e polarização.
É inegável que, para muitos eleitores, esse embate pode funcionar como uma forma de esclarecer dúvidas ou entender as intenções por trás das candidaturas. Porém, em meio a tanto ruído, há o risco de que a essência das propostas – o que realmente interessa para a gestão da cidade – se perca.
Nesta reta final, com o último dia de campanha oficialmente permitido neste sábado (5), os candidatos enfrentam um dos momentos mais decisivos de toda a jornada eleitoral. Assim como no encerramento de um debate, a mensagem final transmitida aos eleitores pode ser a mais importante. É nesse fechamento que muitos ainda indecisos se baseiam para decidir seu voto, e qualquer deslize ou abordagem mal calculada pode custar caro.
Os sete candidatos à prefeitura de Taquaritinga estão confiantes de que fizeram sua parte ao longo dos programas eleitorais. Aguardam agora o veredito das urnas neste domingo (6), quando se definirá quem governará a cidade pelos próximos quatro anos. Contudo, para além das urnas, o que se coloca em questão é: os eleitores foram realmente informados sobre as propostas de cada candidato? Ou ficaram presos ao ciclo de críticas e respostas que dominaram o horário eleitoral?
O tempo dirá se a aposta no confronto foi a melhor escolha. Afinal, governar é muito mais do que vencer disputas narrativas: é sobre apresentar soluções e construir pontes com a sociedade, algo que, em muitos momentos, parece ter sido deixado em segundo plano nesta campanha.