Artigo: O nosso cotidiano
Por: Jorge Luiz Rocha Pereira
A vida está a cada dia mais vinculada e dependente da internet e das suas variações de comunicação, provocadora de alterações no ritmo de atividades realizadas por todos nós, em grupos locais próximos e nos isolados pela distância digital.
As hipnotizantes tecnologias de mensagens das redes sociais, distribuem às pessoas que delas participam, momentos recheados de informações atreladas as suas emoções, que de uma forma ou de outra alteram os seus comportamentos, agem assim, sem pedir licença a ninguém.
Estes blocos itinerantes de dados invadem e modificam constantemente as relações interpessoais e das coisas a elas conectadas, através destas influências, boas e ruins, os ritmos das pessoas estabelecem algum tipo de sintonia, pois, todos convivem sem muitos problemas neste mesmo ambiente imprevisível, por vezes localizado nas nuvens e vez por outra no modelo presencial, ambos protegidos do inquietante templo digital.
Não importa como as informações são recebidas, as pessoas travam todos os dias uma batalha, com o intuito de, sempre que possível, nos manter fiéis as nossas crenças e objetivos, outros simplesmente cedem e aceitam a força e capitulam.
Aqueles que tem o cuidado em perceber, analisar e quando possível se adequar ao ritmo, são marginalizados, os demais são absorvidos rapidamente às transformações ou supostas evoluções instantâneas, sem a chance de proteção frente as interferências transformadoras dos ritmos de vida “criativa” da inteligência artificial.
Esta profusão de dados, mesmo aqueles desorganizados, chegam até nós através dos mais diversos canais de recepção, instigando as trocas de ideias com os nossos contatos humanos ou quase humanos, nas redes sociais e de trabalho, trazendo atrelados aos seus pacotes, uma enorme bagagem, recebida diretamente ou indiretamente por cada um dos seres viventes conectados, que será decodificada pela construtora do nosso conhecimento, parte dele necessário e outro ainda desnecessário às tomadas de decisões, influenciando sobre os mais diversos assuntos da vida pessoal e empresarial, espalhando surpreendentes oportunidades de desenvolvimento e de retração, social e profissional, conforme o seu ponto de vista e nível de alerta mental.
Viajar por estas teias e estabelecer contato com estes sistemas, na busca da compreensão das consequências e das suas relações com o nosso dia a dia, podem se transformar em “buracos negros” mentais, capazes de absorver toda a nossa energia e conhecimento armazenados, por esta razão, os caminhos de acesso à informação nem sempre são relaxantes e agradáveis aos nossos objetivos, exigem que cada pessoa estabeleça suas próprias regras e redes, com o cuidado de não provocar o distanciamento da sua nova condição digimana, assim mesmo, metade digital, metade humana.
*Jorge Luiz Rocha Pereira é consultor de empresas.
**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.