21 de novembro de 2024
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Artigo: BRICS Plus – 2024

A era do Sul Global.

Por: Luís Bassoli*

No início do século 21, um analista do banco de investimento norte-americano Goldman Sachs, chamado Jim O’Neil, cunhou o termo BRIC para citar, em tom jocoso, diga-se, os países emergentes.

A intenção não era se referir somente a Brasil, Rússia, Índia e China, mas a todos países semelhantes, tipo: “esses brics aí” (que incluiria Indonésia, África do Sul, México etc.).

Eis que os citados “gostaram” da ideia e deram início à criação do grupo BRIC.

A 1.ª primeira cúpula aconteceu na Rússia, em 2009; a 2.ª em Brasília (2010); a 3.ª na cidade de Sanya, na China (2011); a 4.ª em Nova Délhi, Índia (2012), que oficializou a entrada da África do Sul – eis o BRICS.

A 5.ª cúpula, realizada em Durban, África do Sul (2013), define a institucionalização do bloco, com estratégias comuns nas áreas econômico-financeira, segurança, agricultura, energia, cooperação entre Poderes Judiciários, acadêmicos, empresários, cooperativas e institutos estatísticos.

Passam a ocorrer encontros de ministros da Economia, presidentes dos Bancos Centrais e altos funcionários dos governos.

Em 2017, mais de 20 países manifestaram interesse em participar, entre eles: Arábia Saudita, Argentina, Argélia, Bahrein, Bangladesh, Cazaquistão, Egito, Etiópia, Indonésia, Irã, Kuweit, Nigéria, Tailândia, Turquia e Venezuela.

Banco do BRICS

Em 2014, surgiu o Novo Banco de Desenvolvimento – NBD, sediado em Xangai, com escritórios em Joanesburgo (África do Sul), São Paulo, Moscou e Gandhinagar (Índia).

A instituição disponibiliza 100 bilhões de dólares para financiar projetos – a atual presidente é Dilma Rousseff.

Além dos países-membros, aderiram ao banco: Uruguai, Bangladesh, Emirados Árabes e Egito; Argélia e Honduras pediram adesão.

BRICS 10

Na 15.ª cúpula, em Joanesburgo, o bloco aceitou a inclusão de Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Irã e Etiópia.

O novo presidente da Argentina, Javier Milei, retirou o pedido de ingresso e anunciou que está fora do BRICS.

Argélia e Nigéria solicitaram a inclusão ao bloco.

Sul Global

O termo Sul Global surgiu para requalificar as expressões “Terceiro Mundo” ou “países subdesenvolvidos”, à vista do crescimento econômico dessas nações e do potencial de influenciar nas relações internacionais.

O BRICS 10 é o grande representante do Sul Global, com as maiores reservas de petróleo, gás e alimentos do mundo, 37% do PIB mundial e 46% da população do planeta.

A nova formação atende também à ampliação da representatividade do bloco e da diversidade das nações.

2024 promete um cenário interessante na Geopolítica mundial.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.