Artigo: Decifrando Créditos de Carbono – a fronteira inovadora para o nosso agro local
Por: Marcus Rogério de Oliveira* e Fábio Alexandre Cavichioli**
Como o motor pulsante da agricultura do estado, nossa região está às vésperas de um amanhecer mais verde e lucrativo, só precisamos decifrar e acolher os créditos de carbono.
Vivemos em uma era em que a tecnologia revoluciona constantemente o mundo ao nosso redor, e o campo é um cenário onde essa transformação não para de acontecer. Enquanto navegamos rumo a práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes, a importância das ferramentas digitais e da Inteligência Artificial se torna ainda mais evidente. Uma dessas inovações é a possibilidade de criar e acompanhar créditos de carbono por meio das ferramentas de computação.
Os créditos de carbono são uma fronteira recém-lançada que pode beneficiar muito nossos agricultores locais, oferecendo uma maneira de contribuir para um futuro mais verde e, ao mesmo tempo, obter benefícios financeiros. Mas onde exatamente as novas tecnologias entram nessa equação?
Para começar, precisamos entender que os créditos de carbono são unidades que simbolizam a redução de uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Os agricultores podem ganhar esses créditos através da implementação de práticas conservacionistas que elevem a captura de carbono em suas áreas, como a agrofloresta e a agricultura regenerativa, por exemplo.
Para quantificar o carbono que estamos de fato capturando, a tecnologia entra em cena. Nesse cenário, a Inteligência Artificial tem papel crucial. Através de algoritmos e aprendizado de máquina, sistemas de Inteligência Artificial são capazes de avaliar dados de solo e clima para estimar, com alta precisão, a quantidade de carbono que está sendo retida e armazenada. Essa tecnologia torna-se, então, um meio para certificar e validar os créditos de carbono que podem ser transacionados no mercado.
A implementação de tecnologias digitais e de Inteligência Artificial na gestão dos créditos de carbono pode parecer um desafio à primeira vista, mas essas ferramentas estão cada vez mais acessíveis e amigáveis. E mais do que isso, elas têm o potencial de abrir novos horizontes de renda para nossos agricultores locais, enquanto promovem a sustentabilidade.
Contudo, é fundamental lembrar que tecnologia e Inteligência Artificial são apenas meios. A verdadeira mudança surge de nós, dos agricultores que escolhem adotar práticas que geram créditos de carbono, dos líderes locais que incentivam a inovação e da comunidade que valoriza e apoia essas iniciativas.
A transição para uma agricultura mais sustentável, baseada em créditos de carbono, será uma caminhada com desafios. No entanto, como o pulsar do coração agrícola do nosso estado, temos a força, a determinação e a habilidade para promover uma mudança significativa.
Portanto, chegou a hora de nossos produtores locais explorarem a nova fronteira dos créditos de carbono. Não receie a tecnologia, mas sim, a utilize como uma parceira. Ao fazer isso, você poderá usufruir de novas fontes de renda e assegurar um futuro financeiramente mais lucrativo e sustentável para sua propriedade.
Juntos, temos a oportunidade de transformar a nossa adorada cidade em um farol de inovação agrícola e cuidado ambiental, mostrando ao resto do estado e ao país, que a tecnologia e a sustentabilidade podem, de fato, caminhar juntas.
* Marcus Rogério de Oliveira, Professor da Fatec, é mestre em Ciência da Computação pela USP e doutor em Biotecnologia pela UFSCar.
** Fábio Alexandre Cavichioli é mestre e doutor em Agronomia pela Unesp e Professor da Fatec Taquaritinga e Bebedouro.
***Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.