“O Brasil está crescendo e vai continuar crescendo”, diz Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles
Por: Gustavo Girotto
Apesar do ambiente de elevada volatilidade interna enfrentado pelo País, após dois anos de recessão, o conjunto recente dos indicadores de atividade econômica mostra sinais compatíveis com a recuperação gradual da economia brasileira.
Hilgo Gonçalves, presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), marcou presença na 14ª edição do Prêmio “As Melhores da Dinheiro 2017”, promovido pela Editora Três, em São Paulo, ao lado do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. “Precisamos olhar a parte cheia do copo. É importante neste momento de País que, cada um em sua atividade, faça sua parte. O crédito vai crescer de forma consciente”, mencionou Gonçalves, em entrevista na TV Dinheiro, com a jornalista Geovana Pagel.
Meirelles disse que o Brasil tem oportunidades de investimento não apenas em infraestrutura, mas em outras atividades econômicas, ao adiantar a mensagem que pretende transmitir a investidores em sua viagem para Nova York, prevista para a próxima semana. Antes de discursar, ele comentou com jornalistas que os investimentos em máquinas e equipamentos voltaram a crescer, em um sinal claro de que as empresas começam a se preparar a um aumento de consumo – o que, consequentemente, fortalece a atividade econômica. “O Brasil está crescendo e vai continuar crescendo”, enfatizou Meirelles.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que há motivos para comemorar. “Depois de um crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos três meses anteriores, a economia brasileira teve um crescimento adicional de 0,2% no segundo trimestre. O consumo avançou 1,4% no segundo trimestre, seu primeiro resultado positivo desde o quarto trimestre de 2014. Além disso, o setor externo continua contribuindo para a retomada, com as exportações avançando 0,5% e as importações recuando 3,5%”, pontuou.
Goldfajn expôs que os dados do terceiro trimestre continuam apontando para uma recuperação gradual. “Em julho o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 0,41% na medida dessazonalizada. Houve também no mês a criação de 36 mil vagas e a produção industrial cresceu 0,8% ante o mês anterior, resultados positivos pelo quarto mês consecutivo para esses dois indicadores”, ressaltou.
Outro ponto de destaque, segundo o presidente do BC, é o crescimento do consumo. “Ele tem sido instrumental para a retomada da economia. A rápida queda da inflação elevou o poder de compra da população e ajuda a explicar essa recuperação via consumo. Esse é um movimento calcado em bases mais sólidas que no passado, pois baseia-se num aumento provavelmente permanente de renda e na redução do endividamento das famílias ocorrido nos últimos dois anos”, enfatizou.
Goldfajn ponderou que, após dois anos de recessão causados pelos excessos cometidos no passado, a recuperação da economia deve-se também a reorientação da politica econômica e a determinação da política monetária na queda da inflação e juros. “A conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. O patamar atual é baixo do ponto de vista histórico brasileiro e tende a estimular a economia – o que significa que há duas hipóteses para frente. Uma que a taxa de juros estrutural decline ao longo do tempo. A outra é que o juro básico suba ou, ainda, uma combinação das duas. Nesse sentido, a fim de garantir que a tendência de queda das taxas de juros reais seja sustentável, é necessário continuar os esforços de reduzir a taxa de juros estrutural. Assim, cabe ressaltar que o processo de reformas, como as recentes aprovações de medidas na área creditícia e de ajustes necessários na economia brasileira, contribui para a queda da sua taxa”, finalizou.