20 de outubro de 2024
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Motoboy sofre ofensas racistas após entrega em bairro de Taquaritinga

Duas adolescentes publicaram em rede social vídeo com diversas ofensas contra o entregador.

Na manhã de domingo (23 de abril), compareceu na Delegacia de Polícia uma vítima, informando ser motoboy, entregador de lanches da Hamburgueria Labrasa, relatando fato ocorrido na noite anterior, na Avenida Dr. Flávio Henrique Lemos, no Jardim Sesquicentenário.

Segundo conta em Boletim de Ocorrência, na noite de sábado, (22 de abril), por volta das 23h, a vítima foi até o local para realizar uma entrega e assim que chegou, duas jovens receberam a encomenda, de forma grosseira, questionando a vítima sobre o valor da nota. O motoboy disse a elas para somarem as notinhas, que estava correto o valor.

Assim que fez a entrega, foi embora. Porém, momentos depois foi avisado por colegas que as autoras haviam postado nas redes sociais Instagram, que o entregador da lanchonete era “um macaco, preto fedido e filha da puta”.

A vítima informou na unidade policial que o vídeo postado pelas jovens estaria passando em várias redes sociais, e que estaria de posse do mesmo.

O B.O. encontra-se à disposição do Delegado titular do município para as devidas apreciações.

O fato gerou grande repercussão e revolta na cidade, a hamburgueria divulgou uma nota de repúdio nas redes sociais em relação a atitude das adolescentes: “A La Brasa Burger Taquaritinga vem através dessa nota manifestar nosso total repúdio ao vídeo que está sendo circulado nas redes sociais onde o motoqueiro que presta serviço de entrega para a empresa sofre ataques racistas. Informamos também que estamos prestando total apoio ao trabalhador que no momento se encontra extremamente magoado e triste com o acontecido”.

Por sua vez, um grupo de motoboys, se promoveram uma série de protesto em relação a violência sofrida pelo colega. Ainda na noite de sábado, um buzinaço foi promovido na porta da casa no qual o pedido fora entregue. Já no domingo os motoboys, juntamente com pessoas revoltadas em relação a tal atitude se dirigiram até a porta das residências em ambas as adolescentes, que ficam em bairros distintos da cidade e realizaram novamente o protesto, em um dos imóveis uma faixa com palavras contra o racismo foi aficionada no portão da residência. Após o ato, os entregadores ainda circularam pelas principais ruas e avenidas da Cidade com o buzinaço.

Ainda na noite de sábado, já tendo ciência a repercussão negativa do vídeo divulgado nas redes sociais, as adolescentes, publicaram um segundo vídeo, pedindo desculpas as motoboy pelas palavras que proferiram contra ele.

Uma das jovens afirmou “a gente sabe que a gente falou não tem desculpa pro moço nessa hora, a gente estava no calor do momento que independente se errou o valor ou não, o valor é insignificante, ele estava trabalhando pra dar sustento pra família dele”.

Racismo é crime inafiançável e imprescritível. Se condenadas, as clientes podem pegar entre dois e cinco anos de prisão.