Jogando Limpo – O erro do VAR chegou pra fica!
Por: Rodrigo Panichelli*
O VAR foi criado para corrigir injustiças. No futebol brasileiro, conseguiu o contrário: aumentou a confusão, o nervosismo e, pior, virou protagonista de rodadas inteiras.
No último fim de semana, a partida entre Sport e Fortaleza, pela Série A, mostrou o que temos de pior na condução do árbitro de vídeo: demora excessiva, decisão errada e um gol absurdamente anulado do Fortaleza. A cena lembrou — em sentido oposto — o lendário gol da Inglaterra na final da Copa de 1966. Lá, o gol que não entrou foi validado. Aqui, o gol legal foi anulado. A diferença? Em 1966, os árbitros tinham apenas os olhos. Hoje, temos tecnologia de ponta… mal utilizada.
Se não bastasse, no duelo entre Flamengo e Corinthians, assistimos à criação da nova modalidade: o “pênalti do VAR”.
Em uma disputa normal de bola na área, sem falta clara e sem apelo dos jogadores, o jogo seguiu naturalmente. Porém, minutos depois, o VAR insistiu em buscar ângulos e mais ângulos até encontrar algum detalhe que justificasse a marcação da penalidade. Um lance que, em qualquer época de futebol raiz, jamais seria interpretado como falta. O árbitro de campo foi praticamente induzido a mudar a decisão.
Esse não foi um caso isolado. Na rodada anterior, no jogo do Bahia, o VAR quase “gritou” para o árbitro alterar a marcação de campo. Um pênalti duvidoso foi escavado em replays e câmeras alternativas, contrariando o próprio espírito do protocolo: corrigir apenas erros claros e evidentes.
É importante dizer: o VAR, como conceito, é positivo. Reduz injustiças graves. Mas no Brasil ele virou um instrumento de insegurança.
Em vez de corrigir erros absurdos, usa-se o VAR para reinterpretar todo o jogo, cada escorregão, cada disputa corpo a corpo, cada toque leve.
O resultado? Partidas paradas, gols friamente validados, jogadores sem saber se comemoram, e torcedores que já não sabem mais quando podem vibrar.
O problema nunca foi a tecnologia. O problema é como escolhemos usá-la.