Nossa Palavra – Baixa adesão à vacinação contra a dengue em Taquaritinga preocupa autoridades de saúde
Com apenas 16% do público-alvo imunizado, ritmo da campanha levanta questionamentos sobre conscientização e distribuição das doses
A vacinação contra a dengue em Taquaritinga avança a passos lentos e acende um alerta para as autoridades de saúde. Com um público-alvo estimado em 3.131 adolescentes entre 10 e 14 anos, a campanha, até agora, aplicou apenas 505 doses, o que representa cerca de 16% do total esperado. Mesmo com o envio de 1.239 doses pelo governo estadual, a procura segue abaixo do esperado, levantando dúvidas sobre a eficácia das estratégias de divulgação e conscientização.
Os números semanais refletem a queda na adesão: foram aplicadas 342 doses, mas na semana seguinte, de 17 a 21 de março, esse número despencou para apenas 133. A diminuição brusca sugere um desinteresse crescente ou dificuldades logísticas que impedem uma cobertura mais ampla da vacinação.
A situação é preocupante, especialmente diante da escalada de casos de dengue em diversas regiões do país. A vacina, que poderia representar uma barreira importante contra a propagação da doença, não está sendo utilizada em sua totalidade, deixando uma grande parcela do público-alvo desprotegida.
Diante desse cenário, algumas questões precisam ser levantadas. Há falhas na comunicação sobre a importância da vacina? A população tem acesso fácil aos postos de vacinação? Existe resistência por parte dos pais ou responsáveis? Essas perguntas precisam ser respondidas para evitar que doses continuem paradas enquanto o risco da dengue persiste.
O baixo comparecimento também reforça um problema recorrente nas campanhas de imunização no Brasil: a desinformação. Em tempos de excesso de informações desencontradas, mitos e fake news sobre vacinas ainda impactam a decisão de muitas famílias. Sem um esforço maior de conscientização, a tendência é que a adesão continue abaixo do esperado, comprometendo a proteção coletiva.
A Prefeitura e os órgãos de saúde precisam agir rápido para reverter essa situação. Além de reforçar as estratégias de informação, é fundamental garantir que as vacinas estejam disponíveis em locais acessíveis, com horários flexíveis, para que mais adolescentes possam ser imunizados. A dengue é uma ameaça real e crescente, e deixar doses encalhadas enquanto há pessoas vulneráveis à doença é um erro que não pode ser ignorado.