25 de fevereiro de 2025
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Artigo: Como garantir um lanche saudável para as crianças nas voltas as aulas?

Por: Arthur Micheloni*

Com o retorno das aulas, os pais enfrentam o desafio de montar uma lancheira equilibrada e nutritiva para seus filhos. A alimentação infantil desempenha um papel fundamental no crescimento, na energia diária e até no desempenho escolar. Mas como garantir que o lanche oferecido seja saudável e, ao mesmo tempo, atrativo para os pequenos?

O ideal é que a refeição inclua uma boa combinação de carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis, promovendo saciedade e fornecendo os nutrientes essenciais para o funcionamento adequado do organismo. Além disso, o lanche deve ser visualmente agradável, variado e saboroso, para estimular o interesse da criança e evitar o desperdício.

O que um lanche nutritivo deve conter?

Ao planejar o lanche escolar, os pais devem priorizar alimentos naturais e minimamente processados, pois são fontes ricas de vitaminas, minerais e fibras. Algumas combinações equilibradas incluem:

  • Frutas frescas, como banana, maçã, uva, morango, manga e melancia, cortadas em pedaços ou em formatos diferenciados.
  • Vegetais em palitinhos, como cenoura, pepino e tomate cereja, que estimulam a aceitação de hortaliças desde cedo.
  • Sanduíches nutritivos feitos com pão integral, acompanhados de recheios saudáveis como frango desfiado, ovo mexido, queijo branco, pasta de abacate ou pasta de amendoim sem açúcar.
  • Oleaginosas, como castanhas, nozes e amêndoas, e sementes, como chia, linhaça e girassol, que fornecem gorduras saudáveis e auxiliam na concentração.
  • Iogurte natural sem adição de açúcar ou bebidas fermentadas, que contribuem para a saúde intestinal e fortalecem a imunidade.
  • Bolos e biscoitos caseiros preparados com ingredientes mais saudáveis, como aveia, mel, banana ou cacau, evitando os industrializados.

Caso a criança não esteja acostumada com esses alimentos, a transição pode ser feita de forma gradual, substituindo um item ultraprocessado por uma opção mais nutritiva a cada semana.

A hidratação é um fator crucial na alimentação das crianças. A água deve ser a principal escolha, pois auxilia no transporte de nutrientes, na digestão e na regulação da temperatura corporal.

Os sucos naturais podem ser oferecidos ocasionalmente, mas sem adição de açúcar. Outra alternativa saudável são as águas saborizadas, preparadas com rodelas de frutas, hortelã ou gengibre, tornando a hidratação mais atrativa sem comprometer a saúde.

Para incentivar a ingestão de líquidos, os pais podem optar por garrafinhas personalizadas ou permitir que a criança escolha um modelo de sua preferência, tornando o ato de beber água mais interessante.

Devemos lembrar que a aceitação de uma alimentação saudável pode ser estimulada com criatividade e apresentação. Pequenos detalhes fazem toda a diferença:

  • Frutas cortadas em formatos diferentes podem tornar o lanche mais atrativo.
  • O uso de potes coloridos e embalagens diferenciadas desperta o interesse da criança.
  • Incluir a criança no processo de escolha e preparação do lanche ajuda a aumentar a aceitação dos alimentos.

O horário do lanche influencia diretamente na escolha dos alimentos. Pela manhã, após um longo período de jejum, carboidratos complexos e frutas são opções interessantes, pois garantem energia sustentada. Já no período da tarde, incluir uma fonte de proteína pode ser benéfico para a recuperação muscular e o suporte às atividades seguintes.

Ainda, muitos pais enfrentam um desafio: a concorrência das cantinas escolares, que costumam oferecer salgados fritos, doces e refrigerantes. Esses alimentos, apesar de atrativos, podem impactar negativamente a saúde e até mesmo o desempenho escolar, já que dietas ricas em açúcar e gorduras podem causar picos de energia seguidos de fadiga e dificuldade de concentração.

Uma abordagem eficaz é estimular a conscientização nas escolas, incentivando mudanças no cardápio da cantina para incluir opções mais nutritivas, como salgados assados, sucos naturais e frutas. Além disso, os pais podem adotar um acordo flexível com os filhos, permitindo, por exemplo, a compra de um lanche preferido uma vez por semana, enquanto nos demais dias priorizam as opções caseiras.

A qualidade da alimentação também influencia a capacidade de aprendizado das crianças. Alimentos ricos em ômega-3, presentes em peixes e nozes, antioxidantes, encontrados em frutas e vegetais, e grãos integrais, que liberam energia de forma gradual, são comprovadamente benéficos para a concentração e a memória.

É muito importante nessa fase de crescimento, construir uma relação saudável com a comida. Com pequenas mudanças no dia a dia, é possível garantir que a alimentação escolar contribua para o desenvolvimento e o bem-estar das crianças, sem abrir mão do sabor e da variedade.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Fitoterapia, Ortopedia e Traumatologia, discente e adepto da Medicina Integrativa, Professor de Ciências Biológicas e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.