15 de dezembro de 2024
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Artigo: 57 mil mortes anuais e 10 bilhões de reais em custos no Brasil

Por: Arthur Micheloni*

Parece que estamos falando de alguma doença grave, acidentes ou homicidios. Mas estamos falando simplesmente de alimentos “Ultraprocessados”. Refrigerantes, snacks e alimentos industrializados mascarados de saudáveis prejudicam a saúde da população.

Alimentos ultraprocessados estão causando consequências preocupantes para a saúde dos brasileiros. Um levantamento recente revelou que o consumo frequente desses produtos está relacionado a cerca de 57 mil mortes por ano, o que equivale a aproximadamente 6 óbitos a cada hora. Além disso, o Sistema de Saúde enfrenta um custo anual estimado em R$ 10,4 bilhões para tratar doenças desencadeadas por esses alimentos. Esses números reforçam a importância de promover mudanças alimentares e educar a população sobre os riscos associados a esses produtos. As informações são da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

-O que define os ultraprocessados?

Esses alimentos são formulações altamente industrializadas, desenvolvidas com ingredientes artificiais ou isolados, como açúcares, gorduras e proteínas, combinados com aditivos químicos. Embora sejam criados para oferecer praticidade e sabor, frequentemente carecem de nutrientes essenciais para uma dieta equilibrada.

-Exemplos de ultraprocessados frequentemente consumidos:

Bebidas industrializadas: refrigerantes, sucos em pó, chás adoçados.

Lanches rápidos: salgadinhos de pacote, biscoitos recheados, bolos embalados.

Comidas prontas: nuggets (muito utilizado na merenda escolar da nossa cidade), lasanhas congeladas, sopas instantâneas.

Carnes processadas: hambúrgueres prontos, embutidos como linguiça e salsicha.

Produtos que aparentam ser saudáveis, como iogurtes com sabor, barrinhas de cereais industrializadas e sucos de caixinha, também podem ser classificados como ultraprocessados devido aos aditivos químicos e açúcares adicionados.

-O consumo frequente de alimentos ultraprocessados está diretamente ligado ao aumento de diversas doenças crônicas e metabólicas, entre elas:

Doenças cardiovasculares: o excesso de sódio e gorduras trans é um dos principais fatores de risco.

Obesidade e diabetes tipo 2: a alta concentração de açúcares e calorias vazias contribui para o aumento do peso e problemas metabólicos.

Câncer: evidências científicas associam o consumo desses alimentos a maiores taxas de câncer, especialmente no sistema digestivo.

Inflamações crônicas: os aditivos químicos e ingredientes artificiais podem desencadear processos inflamatórios no organismo.

Como diferenciar alimentos processados e ultraprocessados?

Muitos alimentos industrializados podem confundir o consumidor, mas há diferenças claras entre processados e ultraprocessados:

Alimentos processados: passaram por alterações simples, como conservação em sal ou açúcar, mantendo grande parte de seus nutrientes naturais (exemplo: queijos, conservas).

Ultraprocessados: são altamente modificados, com adição de substâncias químicas que alteram sabor, cor e textura, reduzindo o valor nutricional.

-Estratégias para reduzir o consumo

  • Priorize alimentos frescos e minimamente processados, como frutas, hortaliças e carnes in natura.
  • Prepare refeições em casa, evitando o uso de temperos prontos e produtos industrializados.
  • Leia atentamente os rótulos e desconfie de produtos com listas extensas de ingredientes e aditivos.
  • Evite a rotina de consumir alimentos ultraprocessados, reservando-os apenas para ocasiões pontuais.

-Equilíbrio e escolhas conscientes

Adotar uma alimentação saudável não significa eliminar totalmente os industrializados, mas sim reconhecer seus impactos e usá-los com moderação. Os alimentos ultraprocessados, ricos em sal, açúcar e gorduras, devem ser a exceção e não a base da dieta. Ao priorizar alimentos frescos e naturais, é possível melhorar a qualidade de vida e reduzir os riscos associados a doenças crônicas.

* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Fitoterapia, Ortopedia e Traumatologia, discente e adepto da Medicina Integrativa, Professor de Ciências Biológicas e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.