Artigo: Brasil Rumo ao Investment Grade – Taquaritinga em direção da parede
Por: Gustavo Girotto* e Raphael Anselmo**
Recentemente, a agência de classificação de risco Moody’s anunciou uma elevação na nota de crédito do Brasil, um sinal positivo que reflete o progresso econômico e as reformas implementadas nos últimos anos. Essa decisão é um marco importante para o país, que se aproxima cada vez mais de retomar o cobiçado status de “investment grade”.
A elevação na classificação de crédito é uma indicação da confiança dos investidores na capacidade do país de honrar suas dívidas. Quando a Moody’s revisa suas notas, ela considera diversos fatores, incluindo a estabilidade política, o crescimento econômico, as políticas fiscais e monetárias, além de outros indicadores macroeconômicos.
A nova classificação não só melhora a percepção externa sobre o Brasil, mas também pode resultar em custos mais baixos para o governo e as empresas ao acessar o mercado de capitais. Com uma nota mais alta, há uma expectativa de que investidores internacionais vejam o Brasil como um destino mais seguro para alocar seus recursos.
O status de “investment grade” é considerado um selo de qualidade que atrai investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras, que possuem restrições quanto ao nível de risco em seus investimentos. Com a recente elevação pela Moody’s, o Brasil está mais próximo desse reconhecimento.
Analistas apontam que a continuidade das reformas estruturais e a manutenção da estabilidade econômica serão cruciais para que o país alcance esse objetivo. Medidas que promovam a responsabilidade fiscal e incentivem investimentos são fundamentais neste processo.
A melhoria na nota de crédito pode ter impactos significativos na economia brasileira. Em primeiro lugar, pode haver um volume maior de investimentos estrangeiros. A valorização do real frente ao dólar é uma possibilidade, tornando as importações mais baratas e beneficiando os consumidores brasileiros.
Por outro lado, é essencial que o governo mantenha um compromisso firme com as reformas, sinalize um rigor fiscal e evite retrocessos. A confiança dos investidores é sensível a mudanças políticas e econômicas; portanto, qualquer sinalização negativa pode impactar diretamente essa trajetória ascendente.
A elevação da nota do Brasil pela Moody’s representa um passo significativo rumo ao “investment grade”. Com políticas adequadas e um ambiente econômico favorável, o país tem a oportunidade de consolidar essa conquista. O futuro econômico do Brasil depende da continuidade das reformas e da construção de um ambiente estável e atraente para os investidores. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhou importância para defender austeridade-, até como argumento da reconquista do grau de investimento. O Brasil está andando.
Já o maior problema de Taquaritinga – diferente do Brasil – é a falta de credibilidade -, com indícios apontados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo de desmandos e desvios. O bolsonarismo que aí habita, sem dúvidas, aprisiona uma necessária mudança estrutural
A campanha eleitoral, com raríssima exceção, foi um desastre. Não houve um debate sobre contas públicas e como equacionar o problema -, que jogou a cidade em forte recessão financeira. O resultado de domingo já aponta um carro em alta velocidade indo em direção da parede. Quem acha que ele irá desviar da colisão? Somente os correligionários da campanha vencedora -, mas somente por interesse individual.
As contas de Taquaritinga continuarão em downgrade -, com déficit crônico, pressionado pela dívida pública e puxado pela expansão de gastos correntes. E no final do dia, a carta na manga do eleito será a velha justificativa: – “recebi uma herança maldita”, e o carro não desviou da parede…
*Gustavo Girotto é jornalista.
**Raphael Anselmo é economista.
***Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.