Artigo: O crescimento constante da obesidade
Por: Arthur Micheloni*
O relatório do Atlas Mundial da Obesidade, publicado em 2023, traz à tona uma situação preocupante: o crescimento constante da taxa de obesidade em escala global, com o Brasil seguindo essa tendência alarmante. As projeções indicam que até 2035, cerca de 41% da população brasileira estará lidando com esse problema de saúde. O aumento anual da obesidade entre adultos (2,8%) e crianças (4,4%), conforme apontado pela Federação Mundial de Obesidade, é classificado como um alerta altíssimo, dado o tamanho do desafio e as implicações para a saúde pública.
Essa escalada da obesidade não apenas afeta os indivíduos, mas também tem um impacto significativo no Sistema Único de Saúde (SUS), que enfrenta dificuldades em termos de acesso, qualidade e sustentabilidade financeira. Os custos associados ao tratamento de condições decorrentes da obesidade e suas comorbidades estão em constante aumento, abrangendo consultas médicas, medicamentos, exames, internações hospitalares e cirurgias como a bariátrica. Além disso, a obesidade pode diminuir a qualidade de vida e a expectativa de vida das pessoas afetadas, aumentando a demanda por serviços de saúde a longo prazo e sobrecarregando ainda mais o SUS.
Diante desse cenário alarmante, é importante adotar medidas eficazes de prevenção e tratamento da obesidade. Isso envolve a implementação de políticas públicas que promovam a alimentação saudável, incentivem a prática regular de atividade física e garantam o acesso a tratamentos médicos e cirúrgicos adequados. Além disso, investir em programas educativos de saúde, desde a infância até a idade adulta, é fundamental para aumentar a conscientização sobre os riscos associados à obesidade e incentivar mudanças de estilo de vida.
Para combater efetivamente a obesidade no Brasil, é necessário um esforço conjunto de diversos setores da sociedade, incluindo governo, indústria alimentícia, profissionais de saúde e a população em geral. A promoção de uma alimentação saudável, a prática regular de atividades físicas e a educação em saúde devem ser prioridades na agenda nacional. Somente por meio de um compromisso coletivo e ações coordenadas será possível enfrentar esse desafio de saúde pública e construir um futuro mais saudável para todos os brasileiros.
É importante ressaltar que a obesidade é um problema multifacetado, influenciado por uma série de fatores, incluindo aspectos genéticos, sociais, econômicos e ambientais. Portanto, as estratégias de combate à obesidade devem ser abrangentes e holísticas, abordando não apenas os aspectos individuais, mas também as causas subjacentes que contribuem para o desenvolvimento dessa condição de saúde. Além disso, é essencial promover a equidade no acesso aos recursos e serviços de saúde, garantindo que todas as pessoas, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham a oportunidade de adotar hábitos de vida saudáveis e receber o tratamento adequado quando necessário.
* Arthur Micheloni é Fisioterapeuta, pós-graduado em Osteopatia, Fitoterapia, Ortopedia e Traumatologia, discente e adepto da Medicina Integrativa, Professor de Ciências Biológicas e graduando em Nutrição – e-mail: [email protected].
**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.