Artigo: Agricultura 5.0 e a inteligência artificial – alimento para bilhões
Por: Marcus Rogério de Oliveira* e Luciana Aparecida Ferrarezi**
Enquanto ainda consolidamos os avanços da Agricultura 4.0, marcada pela automação e uso de dados para otimizar a produção, já vislumbramos o próximo capítulo dessa jornada: a Agricultura 5.0. Mas o que isso significa para nós e como a Inteligência Artificial se encaixa nesse futuro?
Ao pensarmos na Agricultura 5.0, não estamos apenas falando de tecnologia, mas de uma nova forma de pensar a agricultura. Imagine comunidades de agricultores compartilhando dados e insights, utilizando IA para tomar decisões mais informadas. Não é apenas sobre produzir mais, mas produzir melhor.
Os modelos generativos de IA Open Source estão na vanguarda da agricultura. Modelos generativos não apenas interpretam dados, mas também criam novos conteúdos. Imagine uma IA que possa gerar planos de cultivo otimizados, simular resultados de safras sob diferentes condições climáticas, ou até mesmo projetar novas espécies de plantas adaptadas às mudanças climáticas. Essa é uma das promessas dos modelos generativos.
Os modelos de código aberto, como Meta Llama2, Falcon 40B, Stable Diffusion, Alpaca-LoRA, Stable Vicuna, Alpaca, Cerebras-GPT, entre vários outros, estão democratizando o acesso a essas tecnologias. Ao serem disponibilizados gratuitamente, permitem que pesquisadores, empresas e até mesmo os próprios agricultores explorem o potencial da IA.
É bom salientar que esses modelos de código aberto exigem poder computacional. Treinar e executar a maioria desses modelos de IA requer um grande volume de processamento. Isso pode ser um desafio, especialmente em regiões com infraestrutura limitada. E como podemos superar essa barreira? A resposta pode estar na colaboração e na inovação em nuvem.
A integração da IA na Agricultura 5.0 pode representar um caminho importantíssimo para um futuro com recordes de produção, essencial em um mundo onde a agricultura é a espinha dorsal que alimenta bilhões de pessoas. Com essas inovações e colaborando de forma integrada, temos a oportunidade não apenas de aumentar a eficiência, mas também de melhorar significativamente a qualidade de vida de comunidades agrícolas globais, garantindo a segurança alimentar em escala mundial.
Trabalhamos para um futuro onde a tecnologia e a sustentabilidade andam de mãos dadas, garantindo que as gerações futuras tenham acesso a alimentos saudáveis e suficientes. A comunidade científica e o agronegócio estão unindo forças para cultivar esse futuro promissor e, as possibilidades são inesgotáveis.
* Marcus Rogério de Oliveira, Professor da Fatec, é mestre em Ciência da Computação pela USP e doutor em Biotecnologia pela UFSCar.
*Luciana Aparecida Ferrarezi é Diretora de Fatec de Taquaritinga. Doutora em Educação Escolar, Mestre em Educação Matemática e Graduada em Matemática pela Unesp e funcionária e professora da Fatec desde 1994.
***Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.