Artigo: A resposta é o Amor
Por: Rodrigo Segantini*
Imagina o seguinte: uma menina de uns catorze anos, morando em um lugar semelhante ao agreste nordestino, está cuidando de seus afazeres para colaborar na rotina doméstica, quando, de repente, surge um ser celestial, todo vestido de luz. Certamente, a moça deve ter levado um baita susto – maior ainda quando ouviu este fantasma cumprimentá-la e lhe dar uma notícia: mesmo ela sendo virgem, mesmo ela estando prometida em casamento para um outro homem, ela estará daquele momento em diante grávida. Mas não é grávida de qualquer um, não. Ela estará grávida do Filho de Deus, Filho da Promessa, o Messias prometido. Não menos surpreendente é a postura da garota: ela não reclama, ela não boqueja, ela não lamenta. Ela apenas assume sua condição de serva e se coloca disponível para que nela seja cumprida a Vontade do Senhor.
O que você faria no lugar desta menina, sabendo o quanto de preconceito que enfrentaria dali para frente? O que você faria no lugar desta menina, vendo que, em razão da Vontade do Senhor, todos os seus projetos de vida podem ter ruído dali em diante? Afinal, não consta que o anjo tenha perguntado à moça o que ela achava daquilo tudo, se tinha alguma sugestão ou resistência àquilo que ele lhe informava. Ninguém quis saber da opinião da garota, nem de seus sonhos, nem de seus planos. Mesmo assim, ela se sentiu exultante por ter sido escolhida por Deus para ser útil em sua Santa Obra.
Agora, imagina o seguinte: um jovem está noivo de uma moça, o casamento já está marcado, está tudo certo. O sujeito, rapaz direito, está juntando dinheiro para poder casar, para poder dar uma casa para a família que eles dois vão formar e ter condições de sustentá-la. De repente, ela aparece grávida. Você se aborrece, sabe que não fez nada com ela, fica chateado e bravo, pois não quer ficar mal-falado na praça e também não quer que ela seja mal-falada também. Pensa em desfazer o noivado, mas daí aparece um anjo em seu sonho e lhe diz que o filho que ela espera é o Filho de Deus, o Filho da Promessa, o Messias prometido. Não menos surpreendente que a aparição deste anjo em um sonho é a postura do rapaz: de uma hora para outra, assume sua condição de servo e se coloca disponível para se tornar o responsável pela criação do garoto que seria o próprio Deus encarnado.
O que você faria no lugar deste rapaz, sabendo o quanto de preconceito que enfrentaria dali para frente? O que você faria no lugar deste moço, vendo que, em razão da Vontade do Senhor, todos os seus projetos de vida podem ter ruído dali em diante? Afinal, com toda a razão, ele estava com receio de ficar com fama de corno ou que sua amada ficasse com má reputação. Além disso, depois que a garota desse à luz o Filho de Deus, como poderia engravidar de novo? Jamais ele teria a ousadia de pôr a mão na moça, que acabaria ficando virgem para o resto da vida, inviolada. Mesmo assim, o cara manteve sua postura e seu caráter e aguentou a bronca.
Por fim, imagina só: um grupo de cientistas de um determinado país souberam que a crença de um outro povo estrangeiro descrevia uma determinada situação astronômica que eles visualizaram durante estudos que faziam do céu estelar. Quando eles vão estudar o que dizia essa crença, concluem que se trata do nascimento de um enviado de um deus. Então, esses pesquisadores decidem montar uma comitiva e, afim de acompanhar a evolução do fenômeno, verificar o que iria acontecer. Ao chegarem no lugar onde aparentemente o movimento dos astros celestes indicaram que o evento que pretendia acontecer se daria, encontraram uma moça e um rapaz hospedados em uma estrebaria porque as estalagens da localidade estavam todas ocupadas e o que restou foi ficarem abrigados no estábulo de uma hospedaria. Lá, os cientistas viram um bebezinho, que por falta de lugar onde pudesse repousar, foi colocado no cocho onde os animais se alimentam, forrado de palha para lhe dar algum conforto. Também estavam por ali alguns pastores, que, repousando no campo, se surpreenderam com o que viram no céu e decidiram acompanhar a dança das estrelas para tentar entender o que estava havendo.
O que você faria no lugar destes chamados homens sábios, sabendo o quanto de preconceito que enfrentariam dali para frente por acreditarem em uma lenda de um povo estrangeiro? O que você faria no lugar destes sujeitos estudados, vendo que, contrariando tudo o que a Razão poderia sugerir, algo sobrenatural estava acontecendo e a única explicação era o cumprimento da profecia de um deus que nem é o da sua crença? Como ficaria sua reputação junto à academia e a seus colegas professores ao dizer que foram atrás de devaneios dos outros e viram que havia um fundamento de verdade?
Se você acredita que Jesus nasceu em 25 de dezembro ou não, se você acredita em Deus ou não, se você é cristão ou não…. pouco importa. O que importa é que, nesta época do ano, você possa refletir que há situações em que a única explicação é o Amor de Deus por nós, a única razão é o Amor de Deus por nós e a única resposta que podemos dar é atender ao Chamado de Amor de Deus por nós. Se você não comemora o Natal, se você não é cristão, se você não acredita em Deus, que, pelo menos nesta época do ano, ao contemplar um presépio, você possa compreender que há muito mais naquela representação do que meros signos de uma crença, do que uma representação religiosa: ali está estampado que a resposta para tudo nesta vida é o Amor. Viva o Amor! Viva o Natal! Viva Jesus! Viva o Senhor!
Feliz Natal a todos vocês! Que o Senhor cubra sua vida de bênçãos! Desejo a todos um início de ano próspero e que 2024 seja repleto de realizações! A gente se vê na segunda quinzena de janeiro! Até lá, pessoal!
*Rodrigo Segantini é advogado, professor universitário, mestre em psicologia pela Famerp.
**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.