23 de dezembro de 2024
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Verão e calor extremo: Saiba como cuidar da saúde dos idosos

População idosa é mais suscetível a quadros de desidratação e insolação; especialista dá dicas de prevenção e cuidados.

Estamos nos aproximando do verão e a temperatura elevada é um desafio adicional para a saúde dos idosos, principalmente durante ondas de calor. O envelhecimento do corpo, somado às condições climáticas extremas, exige cuidados especiais para garantir o bem-estar dessa parcela da população.

Segundo relatório publicado na revista científica The Lancet, as mortes de idosos relacionadas ao calor aumentaram 85% em 2020, em comparação com as registradas no período de 1990 e 2000.

“Os idosos são mais vulneráveis aos efeitos adversos das altas temperaturas devido às mudanças fisiológicas naturais que ocorrem com o envelhecimento. Por isso, é crucial adotar medidas preventivas para evitar complicações relacionadas ao calor, como insolação e desidratação”, explica Dra. Fátima Bastos, geriatra do Hospital São Luiz Campinas, no interior paulista.

A unidade da Rede D’Or, inaugurada em maio deste ano, conta com o Programa de Longevidade D’Or, uma linha de cuidado multidisciplinar, especializado e individualizado para pacientes a partir de 60 anos, que visa à promoção da saúde e o aumento da qualidade de vida.

A especialista destaca que os idosos tem a quantidade de água reduzida no organismo, fator que, somado ao fenômeno da vasodilatação, quando os vasos sanguíneos se dilatam para perder calor, dificulta a manutenção da temperatura corporal.

 “Os idosos sentem menos sede e consomem menos água, favorecendo quadros de desidratação. Entre as consequências estão ainda pressão mais baixa, distúrbio de comportamento e confusão mental”, alerta a geriatra.

Outro ponto de atenção é em relação à exposição ao sol, que ocasiona hipertermia (aumento da temperatura do corpo).

 “Sem a hidratação adequada o idoso não repõe a água e, depois de um tempo, deixa de produzir suor, que tem como função principal auxiliar no resfriamento da pele. Isso leva a insolação e outros sintomas como tonturas, fraqueza, pressão baixa, confusão mental, agitação, vômitos e câimbras”, destaca Dra. Fátima.

Confira algumas dicas de prevenção:

Hidratação: Incentive os idosos a beberem água, sucos e chás, durante todo o dia, mesmo que não sintam sede.

Ambiente: Procure manter a casa arejada e ventilada. Equipamentos como ventiladores, umidificadores e ar-condicionado podem auxiliar.

Exposição solar: Evite ficar exposto ao sol entre 10h e 16h, quando os raios estão mais quentes e intensos. Faça exercícios físicos mais leves e em horários adequados.

Vestuário: A escolha de roupas leves e de cores claras contribui para a regulação térmica. Tecidos naturais como linho e algodão permitem a respiração da pele.

Alimentação: Opte por refeições leves e balanceadas. “Alimentos frescos, como frutas e vegetais, são especialmente benéficos. Evite refeições pesadas e de difícil digestão”, aconselha a especialista.

Atenção aos Sinais de Alerta: É essencial que familiares e cuidadores fiquem atentos e cientes dos sinais de superaquecimento do organismo. “Em casos de mal-estar ou sintomas como tontura, urina mais escura, cansaço, lábios secos, sede excessiva e confusão mental, é importante procurar assistência médica imediatamente”, orienta Dra. Fátima.

Lembre-se, a prevenção é a chave para preservar a saúde dos idosos durante as ondas de calor. “Pequenos cuidados podem fazer uma grande diferença”, finaliza a geriatra do São Luiz Campinas, maior hospital privado do interior paulista.