23 de dezembro de 2024
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Crônica: Natalis Solis Invicti e a perda da simbologia cristã

Por: Sérgio Sant’Anna*

É chegado o último mês do ano e com ele o culto ao nascimento de Jesus Cristo em Belém, atual Cisjordânia. Porém, são poucos os lares em que a tradição cristã se ancora. Festas, churrascos, consumismo são fatores que se somam a esse distanciamento de Jesus Cristo. A celebração à fraternidade e a união entre os seres humanos desapareceram. Será que retornarmos ao culto pagão à Mitra? Há aqueles que ainda alegam que essa é uma celebração à luz. De fato, Mitra foi um deus originalmente da mitologia persa introduzido à mitologia romana, tornando-se um dos principais deuses do panteão romano. Considerado o deus da luz, o festival “Natalis Solis Invicti” era uma homenagem ao deus sol do Império Romano.

A oportunidade para a reflexão do seu significado mais profundo, perdeu-se. O nascimento de Jesus Cristo e as suas celebrações se apagam, voltam a dormir vítima da troca de supérfluos, consumo exacerbado, mesas fartas e enfeitadas e a agonia de não conseguir quitar suas dívidas.

Os gestos generosos, o altruísmo que deveriam imperar neste momento tão especial e incendiado pelas compras e o individualismo Imperial, resgatam Bauman e sua modernidade líquida, o culto ao efêmero, a tradição do gozo momentâneo. Fomos tragados por essa comercialização, apaziguando-nos com essa ladainha do passageiro. Todavia, ser empático, solidário, humano, deveriam ser virtudes do cidadão.

Assim como o nascimento de Jesus Cristo trouxe esperança ao mundo, podemos usar esta época para nutrir nossa própria esperança em um futuro brilhante, cheio de amor e compaixão.

Que a união e a harmonia sejam o alicerce que nos une ao longo de todos os dias do ano.

* Sérgio Sant’Anna é Professor de Língua Portuguesa do Anglo e COC Professor de Redação da Rede Adventista e Jornalista.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.