15 de novembro de 2024
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Cinema: O Lobisomem de Taquara Branca’- um novo filme vem aí

Depois do sucesso de ‘Eles Existem’, a caçada agora envolve o mais famoso personagem do folclore mundial.

Por: Nilton Morselli

A aparição de uma fera coloca em polvorosa a população de uma pequena cidade interiorana. Esse é apenas o começo da trama de “O Lobisomem de Taquara Branca”, a segunda produção de um grupo de amigos – denominados Primos do Tarcísio, em parceria com o IMovie Studio – que se juntaram para fazer cinema. A turma está empolgada, e tem motivos para isso: o sucesso de “Eles Existem”, que explora a temática dos extraterrestres, abriu as portas da sétima arte e mostrou ser possível presentear o público com um filme de qualidade. O Cine São Pedro até ficou pequeno para o público que foi prestigiar essa garotada valente, no fim de agosto.

Amparados nos elogios recebidos na estreia na telona, os realizadores prometem ousar ainda mais. Com a presença de parte do elenco, bem mais numeroso agora, foi realizada na sexta-feira 13 (foi só coincidência) a primeira leitura dramática de “O Lobisomem de Taquara Branca”, no palco do cine-teatro municipal. Ruan Reis, diretor-executivo que divide o roteiro com Carlos Rici, garantiu papéis aos atores do primeiro filme e convidou amigos com potencial para dar as caras na frente das câmeras.

Mas as novidades não param por aí. Há reforços de peso: Genésio de Barros, ator taquaritinguense contratado da Globo, confirmou que fará uma participação mais que especial. Outro artista nativo que vem ganhando destaque no cenário nacional, Tiago Luchi, também vai atuar. “Estamos conversando com o Moacyr Franco, que ficou feliz com o convite. Só depende da agenda dele”, contou Ruan.

O diretor de produção é ninguém menos que Gero Corrêa, do IMovie Studio, um talento taquaritinguense na área de audiovisual. Ele é responsável pela captação das imagens e finalização do longa-metragem. Seu trabalho não fica devendo nada para o de grandes estúdios cinematográficos.

A extensão do roteiro e o número de personagens dão pinta de que as filmagens deverão se estender pelo primeiro semestre de 2024 – estão previstas para começar em janeiro. Em vez de ETs, agora é um lobisomem a ameaça a enfrentar nessa nova comédia. Nem Matoso, o delegado da cidade, vivido pelo polivalente Ruan Reis, nem padre Cesar (Thiago Duarte, ator e secretário de Cultura de Taquaritinga) a princípio acreditam que a criatura ande aprontando nas cercanias. Até que a coisa começa a ficar séria. A partir daí, a caçada ao bicho vira ponto de honra, nem que para isso seja necessário lançar mão de estratégias indevidas.

Taquara Branca, claro, é uma referência e uma homenagem ao município, confirma o diretor-executivo. Embora Taquaritinga nunca tenha tido esse nome, muita gente faz confusão, já que o hino composto pelo cônego Cavallini insere essas duas palavras antes de Ribeirãozinho e São Sebastião dos Coqueirais (na verdade, Coqueiros). Coqueirais foi uma licença poética para rimar com “penhor a mais” (outra confusão). A expressão Taquara Branca (e fina) é uma alusão ao significado de Taquaritinga, substantivo que surgiu numa lei 25 de novembro de 1907, supostamente pegando o povo de Ribeirãozinho de surpresa. Só para deixar claro: Taquara Branca é uma cidade fictícia, e qualquer semelhança com fatos reais terá sido mera… vontade do diretor.

Por falar em surpresa, essa galera empreendedora na arte cinematográfica promete: surpreenderá novamente. Para custear o novo projeto e garantir um bom orçamento, a produção já percorre o caminho das pedras em busca de financiamento cultural, o que às vezes pode ser tão desafiador quanto caçar marcianos e lobisomens. Mas ninguém desanima. Um operário da cultura sabe que levantar recursos para essa finalidade requer profissionalismo e credibilidade.