22 de novembro de 2024
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Gente nossa: Pascoal Pagliuso, do IFGW, vence 8º Prêmio Nacional de Inovação

O professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp Pascoal Pagliuso venceu, na terça-feira (26), o 8º Prêmio Nacional de Inovação na categoria Pesquisador Inovador de Média Empresa. Ele foi indicado por sua liderança à frente das pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias de purificação de argônio líquido que serão utilizadas no Projeto LBNF/Dune (Long-Baseline Neutrino Facility e Deep Underground Neutrino Facility, em inglês), iniciativa do Fermilab, centro de pesquisas ligado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos, que vai construir um grande detector de neutrinos a 1,4 mil metros de profundidade no estado de Dakota do Sul.

O professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp Pascoal Pagliuso

“Agradeço imensamente este prêmio em nome de uma equipe talentosa, de mais de 30 pesquisadores de sete universidades brasileiras, lideradas pela Unicamp, e mais de 20 empresas do país”, celebrou Pagliuso na entrega do prêmio, que é uma iniciativa da Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Nesta edição, mais de 3 mil candidatos concorreram ao prêmio. “Espero contar com o incentivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e da Finep, para que o Brasil continue sendo protagonista em um dos experimentos mais importantes da atualidade”, destacou.

O prêmio é uma iniciativa da Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

Esta foi a primeira vez que o prêmio contou com uma categoria para premiar pesquisadores que atuam junto às empresas inovadoras. Pagliuso foi indicado pela Akaer, empresa premiada na categoria Gestão de Inovação – Médias Empresas. Parceira no LBNF/Dune, a Akaer será responsável pela produção em grande escala e pela logística de transporte dos componentes desenvolvidos no Brasil para instalação no detector. “O prêmio reforça ainda mais a necessidade de continuidade do projeto e, com certeza, vai auxiliar na sua concretização, colocando o Brasil na vitrine da inovação por muitos anos”, comentou.

Purificação de argônio

A participação da Unicamp no desenvolvimento do Projeto LBNF/Dune concentra-se no desenvolvimento e produção em escala dos equipamentos utilizados para a purificação do argônio líquido. A tecnologia usada nesse processo foi desenvolvida nos laboratórios do IFGW, incluindo o aperfeiçoamento dos insumos utilizados para a filtragem do argônio líquido, etapa essencial para a detecção dos neutrinos e para a investigação de novos fenômenos subatômicos e seu papel na formação do universo.

O LBNF/Dune consiste na instalação de um grande detector de neutrinos em Leads, em Dakota do Sul, a 1,4 mil metros de profundidade, para a identificação de neutrinos emitidos por um feixe gerado por uma unidade instalada da sede do Fermilab, na cidade de Batava, em Illinois, localizada a uma distância de 1,3 mil quilômetros.

O detector de neutrinos em Dakota do Sul cobrirá uma área subterrânea equivalente a oito campos de futebol, formada por três cavernas. Em duas delas serão instalados os equipamentos para detecção das partículas. Uma terceira caverna, central, contará com equipamentos para purificação, circulação e condensação do argônio, gás nobre utilizado na forma líquida para os experimentos. Quando estiver em pleno funcionamento, as instalações do Dune utilizarão cerca de 70 mil toneladas de argônio líquido.

Outra contribuição da Universidade é a presença da X-Arapuca no detector, dispositivo responsável pela identificação do neutrino por meio da captura da luz emitida a partir da interação do neutrino com o argônio dos tanques. A expectativa é que 1.500 desses dispositivos sejam instalados no Dune. A tecnologia X-Arapuca foi desenvolvida a partir das pesquisas realizadas pelos professores Ettore Segreto e Ana Amélia Machado, do IFGW.

“Foi um excelente reconhecimento para nosso grupo, ele mostra a capacidade da academia de se unir a empresas para realizarmos grandes coisas e marcamos a história da Física para sempre. Se tivermos sucesso, poderemos saber, por exemplo, como surgiu o universo. Isso vai marcar a humanidade”, enfatiza Ettore Segreto.

O professor Pascoal Pagliuso (à esquerda) com a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos

Empresa-filha

A MatchIT, empresa-filha hospedada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, foi finalista na categoria pequenos negícios. O cofundador da empresa spin-off do Instituto de Biologia Ecra Biotech, Robson Tramontina, também foi finalista na categoria pesquisadores inovadores em pequenos negócios.

Por: Felipe Mateus | Rachel Bueno

Fotos: Divulgação Confederação Nacional da Indústria

Edição de imagem: Alex Calixto