Advogada esclarece polêmica sobre redução do teto das Requisições de Pequeno Valor em Taquaritinga
Dra. Adriana Vieira Davoglio utiliza redes sociais para explicar a controvérsia e seus possíveis impactos.
Na esteira de uma polêmica que surgiu após o projeto de redução do teto das Requisições de Pequeno Valor (RPV) ser retirado unilateralmente da pauta pelo presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga, vereador Valcir Zacarias, a advogada Dra. Adriana Vieira Davoglio, sócia do escritório DNV Advogados e representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Taquaritinga e Cândido Rodrigues, recorreu às redes sociais para oferecer uma explicação detalhada sobre o assunto.
Em sua publicação nas redes sociais, a advogada buscou esclarecer o que são as RPVs e como elas se relacionam com os Precatórios. Segundo Dra. Adriana Vieira Davoglio, as RPVs representam dívidas do órgão público, como a Prefeitura, que devem ser quitadas em até 60 dias corridos e não entram na lista de Precatórios.
Por outro lado, os Precatórios referem-se a dívidas de valor mais elevado, que ultrapassam o limite estabelecido para as RPVs. De acordo com a sistemática dos Precatórios, as dívidas de valores mais elevados devem ser pagas pelo órgão público seguindo uma ordem cronológica de constituição do crédito e inclusão na lista, priorizando casos de beneficiários com doenças graves ou idosos. No entanto, os pagamentos de tais valores têm sido feitos com atraso de muitos anos.
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Diante da menção ao suposto interesse da classe dos advogados na manutenção do valor em detrimento dos interesses da coletividade, a advogada enfatizou que a profissão dos advogados não cria dívidas para o órgão público, mas, sim, assegura o reconhecimento do direito do credor de receber o valor devido, seja por sentença judicial ou título de crédito formado junto ao órgão municipal.
A controvérsia sobre a redução do valor máximo das RPVs no município, segundo ela, teria duas possíveis motivações. Primeiro, a pressão sobre o credor principal, que não é o advogado, para que ele renuncie a parte do seu crédito e receba menos do que lhe é devido. Segundo a inclusão crescente de credores na lista de Precatórios, sem uma previsão clara de data para o recebimento.
A publicação da advogada destaca a importância de compreender que a lei, criada pelos legisladores, é quem cria direitos e, por sua vez, resulta na criação de dívidas para o órgão público, não os advogados. Ela também ressalta que os advogados conhecem de perto a realidade dos pagamentos no município e que reduzir o valor das RPVs agora não é justificável, uma vez que nem mesmo as dívidas que não atingem o teto das RPVs hoje vêm sendo pagas voluntariamente pela Prefeitura, mas apenas com penhora.
A polêmica em torno deste projeto continuará a ser debatida na esfera pública, à medida que a comunidade e os legisladores buscam entender as implicações dessas possíveis mudanças na política de pagamentos de Taquaritinga