20 de dezembro de 2024
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Técnicas simples podem aliviar cólicas em recém-nascidos

Os incômodos não costumam indicar problemas graves de saúde, mas podem tirar o sossego da criança.

As cólicas em bebês, especialmente em recém-nascidos, são uma preocupação comum para mães e pais. Embora sejam benignas e não indiquem problemas graves de saúde, essas dores abdominais podem ser bastante incômodas, levando os bebês a chorarem de forma inconsolável. Essa condição é uma queixa frequente nos consultórios pediátricos, colocando os pais em busca de soluções para aliviar o desconforto de seus pequenos.

De acordo com artigo publicado no portal Drauzio Varella, o choro é uma forma de expressão do recém-nascido e pode indicar uma variedade de necessidades. Por isso, é essencial atender às demandas básicas do bebê, como alimentação, sono e troca de fralda, antes de considerar a possibilidade de cólicas.

Quando a criança continua chorando, mesmo após ter suas necessidades básicas atendidas, é natural que os pais suspeitem de dores abdominais. Entre as técnicas eficazes e não invasivas para aliviar o desconforto do bebê, recomendadas por pediatras, destaca-se o uso do calor localizado na área afetada.

Essa abordagem simples e natural, semelhante ao alívio de cólicas menstruais em adultas, pode ajudar a relaxar a musculatura abdominal e proporcionar alívio e conforto. A aplicação de calor no abdômen pode ser feita com uma fralda aquecida, uma bolsa de água quente, ou mesmo uma compressa morna.

O uso desses materiais é indicado por serem de fácil acesso e por proporcionarem uma aplicação segura de calor suave na barriga do bebê. No entanto, é importante lembrar que o choro pode ter diversas outras causas, como desconforto, irritabilidade, sensibilidade a estímulos externos, entre outros. Por isso, é fundamental observar sinais e sintomas associados e buscar o auxílio de um pediatra para uma avaliação adequada.

Consultar um pediatra é especialmente importante se o choro do pequeno persistir por longos períodos e estiver acompanhado de outros sintomas preocupantes, como febre, vômitos ou mudanças no padrão de alimentação. O médico poderá realizar uma avaliação completa do bebê, descartando outras possíveis causas de desconforto e oferecendo orientações mais assertivas.

Foto: Freepik

O que provoca as cólicas nos bebês

Conforme explicação do pediatra e presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Tadeu Fernandes, em entrevista à imprensa, as cólicas costumam surgir por volta da terceira semana de vida do bebê e podem persistir até os quatro meses, em média.

Segundo ele, esses incômodos – quando diagnosticados corretamente – não indicam problema grave, sendo considerados uma condição fisiológica e normal causada pela imaturidade do sistema digestório do recém-nascido.

De acordo com o médico, as cólicas estão relacionadas à flora intestinal da criança. Em casos de disbiose, uma disfunção da flora intestinal, informações incorretas são transmitidas ao cérebro, resultando em um aumento do cortisol, hormônio do estresse. Isso pode levar à irritação, choro e cólicas intensas.

Como aliviar os desconfortos

Existem diversas medidas que podem ser adotadas para aliviar as cólicas em bebês. O Departamento Científico de Gastroenterologia Pediátrica da SBP dá algumas recomendações nesse sentido.

Uma das sugestões é pegar o bebê no colo, promovendo o contato direto entre a sua barriga e a da mãe. Enrolá-lo em uma manta ou cobertor também pode ajudar. Outra técnica é flexionar levemente as coxas do pequeno sobre a barriga, proporcionando algum alívio.

Dar um banho morno e relaxante ou aplicar compressas na barriga da criança também são medidas indicadas. Reduzir estímulos, evitando ambientes com muito barulho ou muitas pessoas, e estar em um ambiente tranquilo podem contribuir para o conforto geral do bebê. Além disso, tocar uma música ambiente suave pode ser uma opção.

Roupas justas na região da barriga também devem ser evitadas. Um cuidado especial é com a fralda que pode ficar apertada demais sobre o abdômen. O D’Or Mais Saúde indica avaliar o conforto e a maciez da fralda antes de escolher, além de optar pelo tamanho ideal para a criança.

Para acalmar o recém-nascido, é importante estabelecer uma rotina para atividades como banho, sono e passeio. Vale ressaltar que não se deve utilizar chás, trocar marcas de leite ou administrar medicamentos sem orientação do pediatra.

O médico Tadeu Fernandes complementa que, quanto ao uso de medicamentos, em casos de um desequilíbrio significativo da flora intestinal do bebê, é possível introduzir probióticos específicos para a cólica. É crucial, contudo, buscar a orientação do pediatra antes de fazer uso desses produtos. É importante ter em mente que a cólica do lactente tem um período limitado de duração e, com o tempo, tende a diminuir e desaparecer.