22 de novembro de 2024
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A relação entre poliomielite e os índices de vacinação

Especialista afirma que a queda na vacinação pode resultar em novos surtos de poliomielite.

Não é de hoje que se discute a eficiência das vacinas na prevenção de doenças e, devido às fortes campanhas de vacinação no Brasil, doenças como poliomielite, varíola e rubéola foram erradicadas. Entretanto, movimentos antivacina têm se intensificado, aumentando a desinformação e, consequentemente, o risco de contração de diversas doenças tratáveis.

Em março deste ano, com o surgimento do caso de poliomielite em um bebê em Loreto, região do Peru, situada a 500 km da fronteira com o Amazonas e o Acre, as autoridades de saúde da região logo se certificaram de intensificar a vacinação contra a doença em crianças menores de 5 anos.

Para a infectologista, pediatra e epidemiologista Silvia Nunes Szente Fonseca, docente de infectologia e pediatria do IDOMED, o surgimento do caso de poliomielite é preocupante, pois demonstra uma redução da preocupação da população em relação à vacinação. Segundo ela, a vacinação é fundamental para o bem-estar das pessoas, e é preciso que as instituições de saúde de todo o mundo ressaltem isso.

Além disso, com a erradicação de algumas doenças ao longo dos anos por meio das vacinas, a população não considera mais necessária a vacinação para essas enfermidades. “Para evitar que novas epidemias surjam, é essencial que as instituições de saúde mantenham a população informada sobre a imunização, a fim de evitar o alastramento de infecções já controladas e um número maior de mortes”, afirma Silvia.

Segundo a infectologista, é preciso que a imunização seja realizada desde a infância. “Quanto mais cedo os pais vacinarem os filhos, maiores são as chances de prevenir infecções graves e até mesmo óbitos em fases futuras da vida”, complementa ela.

Poliomielite no Brasil

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil ou pólio, é uma doença contagiosa que, em casos mais graves, causa paralisia nos membros inferiores. Ela é causada por um vírus presente no intestino e é transmitida pelo contato com as fezes, por secreções eliminadas pela boca ou pelo consumo de água e alimentos infectados.

Segundo informações do Ministério da Saúde, o vírus da poliomielite não circula no Brasil desde 1990 devido às fortes campanhas de vacinação. Entretanto, o órgão também ressalta que, desde 2016, a taxa de vacinação contra a doença está abaixo da meta estabelecida de 95%.