Número de internações por infarto no Brasil apresenta aumento significativo, aponta levantamento

Instituto Nacional de Cardiologia destaca fatores de risco e importância da prevenção às doenças cardiovasculares.

Um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) revelou um aumento expressivo no número de internações por infarto no Brasil ao longo dos últimos anos. Entre 2008 e 2022, a média mensal de internações por infarto em homens subiu de 5.282,33 para 13.645,25, representando um crescimento de 158,32%. Da mesma forma, a média mensal de internações por infarto em mulheres passou de 1.930,67 para 4.973,25, o que corresponde a um acréscimo de 157,59%.

Os dados foram obtidos por meio do Sistema de Internação Hospitalar do DATASUS, do Ministério da Saúde, e englobam todos os pacientes brasileiros do Sistema Único de Saúde (SUS), tanto em hospitais públicos quanto em hospitais privados conveniados, abrangendo cerca de 70% a 75% do total de pacientes no país.

De acordo com a Dra. Aurora Issa, diretora-geral do INC, o envelhecimento populacional e o aumento da obesidade são algumas das causas apontadas para o crescimento no número de infartos no país. Ela ressalta que o infarto do miocárdio tende a ocorrer em populações mais idosas, e a prevalência da obesidade na população brasileira tem se mostrado em ascensão.

O levantamento também evidenciou uma sazonalidade nos casos de internações por infarto, com picos ocorrendo durante o inverno e vales durante o verão. A diferença entre os picos no inverno e os vales no verão varia a cada ano, sendo que em 2022, essa diferença foi de 27,8% em mulheres e 27,4% em homens.

A Dra. Aurora Issa explica que o frio provoca a contração dos vasos sanguíneos, e as infecções comuns no inverno podem desencadear inflamações nas placas de gordura presentes nas artérias, resultando em trombos e, consequentemente, infartos. Essa relação entre infecções e inflamação cardíaca tem sido observada em diversos casos.

Entre 2017 e 2021, um total de 7.368.654 brasileiros faleceram em decorrência de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte tanto para homens quanto para mulheres no país.

A Dra. Aurora Issa destaca a importância da prevenção às doenças cardiovasculares por meio da adoção de um estilo de vida saudável, que inclui uma alimentação balanceada e a prática regular de exercícios físicos. A conscientização sobre os fatores de risco e a busca por hábitos saudáveis são fundamentais para a preservação da saúde cardiovascular e a redução do número de internações e mortes por infarto.

É importante ressaltar que o levantamento realizado pelo INC é um alerta para a necessidade de atenção e cuidados em relação às doenças cardiovasculares, e reforça a importância de buscar orientação médica e adotar medidas preventivas para manter a saúde do coração em dia.