11 de outubro de 2024
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Artigo: Plano estratégico de reestruturação de dívidas

Por: Jorge Luiz Rocha Pereira*

A criação de dívidas pressupõe a condição de ter crédito, esta relação contábil sempre será verdadeira para as pessoas físicas ou jurídicas, como também é correto afirmar que é preciso gerar os recursos financeiros necessários para honrar os compromissos assumidos com os credores.

Porém, quando por qualquer motivo, interno ou externo ao negócio, o cumprimento com pontualidade dos pagamentos das dívidas assumidas deixa de acontecer, o empresário precisa reestruturar os compromissos assumidos, sem com isto comprometer as relações comerciais da sua empresa.

Para atender a esta necessidade de gestão, e continuar a se dedicar a atender os seus clientes, o empresário pode acionar o plano estratégico de reestruturação de dívidas.

Mas como fazer?

Seguir as três etapas básicas, que são distintas e fundamentais para o seu sucesso:

  1. Planificar todas as dívidas da empresa, atrasadas ou não, reconhecendo as instituições credoras, bancos ou empresas, os valores totais, o valor e a quantidade das parcelas e as taxas de juros, de cada uma das instituições.
  2. Elaborar o demonstrativo de resultados do exercício do último mês, para identificar o potencial financeiro, através do resultado da empresa, se lucrativa ou não.
  3. Identificar os limites financeiros e as datas de pagamentos com o suporte do fluxo de caixa mensal.

De posse destas informações o empresário saberá o valor da dívida total, o limite dos seus recursos financeiros, para definir as melhores datas para efetuar as amortizações.

Mas estas operações exigem algumas mudanças no comportamento empresarial, como:

  • Formar os preços de venda de forma correta, com a determinação do índice de comercialização para cada produto ou serviço.
  • Limitar a recomposição do estoque à realidade das vendas.
  • Reestruturar os valores e os prazos das parcelas das dívidas contratadas até o limite planejado ou possível, através de negociações com os credores.
  • Fomentar o aumento das vendas até o limite financeiro imposto pela projeção mensal de compras.
  • Fechar todos os “ralos” da empresa, que podem estar escoando recursos financeiros e humanos, importantes para o saneamento proposto.
  • Manter a constante e diária administração do fluxo de caixa, reposicionando o negócio de acordo com a projeção da variação semanal do saldo de caixa, ou seja, planejar as ações necessárias para recompor o saldo de caixa.
  • Planejar o destino dos recursos financeiros para que a empresa continue a atender as necessidades de estoque, de capital de giro e também da reestruturação das dívidas.

Lembre:

O objetivo do seu negócio é obter o melhor resultado possível, com os recursos disponíveis hoje, tudo mais é a consequência disto.

*Jorge Luiz Rocha Pereira é consultor de empresas.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.