Artigo: A caminho do acesso total à informação
Por: Jorge Luiz Rocha Pereira*
Os jovens são capazes de não entrarem em pânico com diversas informações passeando em frente aos seus olhos em frações de segundo, apenas degustam a tecnologia e interagem com ela.
Vamos imaginar um jovem encontrando vários grupos de amigos e milhares de livros interessantes, em uma biblioteca em Roma, há mais de dois mil anos atrás.
Qual a possível reação deste nosso ancestral?
Certamente, a esmagadora maioria dos jovens ficaria com os amigos do lado de fora da biblioteca, deixando de absorver a sabedoria do mundo, muito provavelmente porque ele seria semianalfabeto ou também porque era muito melhor conversar e olhar o movimento das modernas bigas.
Atualmente o universo social está inserido na vastidão das redes de informações, propiciando a todos, que tenham um smartphone e que acessem a internet, a possibilidade de estarem com seus amigos e pessoas desconhecidas, integradas e recheadas de milhões, bilhões, trilhões de informações, dentro e fora de bibliotecas, além da possibilidade de ouvir, ler e até mesmo interagir sobre as notícias divulgadas, neste instante, em qualquer parte do mundo.
É evidente que todos os excessos precisam ser controlados, mas as tecnologias da informação estão nos trazendo à possibilidade de realmente usarmos nossa capacidade cerebral para aguçar ainda mais a curiosidade pelos acontecimentos que nos rodeiam e afetam.
As empresas de tecnologia nos apresentam as facilidades, os equipamentos e os canais para saciarmos a ganância por mais conteúdos e relacionamentos, não existe preconceito que possa frear a febre imposta ao mercado em conhecer a informação antes de todos os outros.
Este caminho, felizmente ou infelizmente, diriam alguns saudosistas, não tem mais volta.
Os telefones analógicos nos ajudaram, os jornais e revistas impressos também, agradecemos muito, mas neste instante, ambos vão ficar como boas lembranças do passado, as inovações já substituíram os velhos padrões e conceitos, e em breve tudo aquilo que possa ser digitalizado será jogado na dispensa de nossas memórias e depois será somente uma presença saudosista nas conversas presenciais e virtuais entre avós e netos.
Afinal, qual o problema de nossos filhos entrarem na biblioteca de informações que interessam a eles agora, e ao mesmo tempo, ficarem conversando com os amigos?
Como podemos questionar uma sociedade que está tentando aprender a conviver com imagens e sons digitais entre si, sem o apelo da aproximação física. Podemos conversar, nos ver e até perceber as características do local, sem estar realmente lá.
As tecnologias conseguiram vencer os preconceitos e estão aprendendo a propiciar à humanidade, não a falência de antigos modelos de acesso à informação, mas sim, melhores e mais tolerantes meios de acesso ao conhecimento, para uma vida melhor a todos.
Afinal, as tecnologias ou inteligências artificiais, venceram as teimosias da humanidade e agora são partes integrantes e indispensáveis do nosso dia a dia, em casa, no trabalho e no lazer.
*Jorge Luiz Rocha Pereira é consultor de empresas.
**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.